As evoluções tecnológicas não diminuem a estabilidade das tradicionais lavandarias. A Lavélia e Marsol vão resistindo aos desafios que o tempo deixa, desde mudanças no vestuário a preocupações ambientais.
Num mundo cada vez mais tecnológico e virado para soluções rápidas, não deixa de ser interessante ver como certos negócios têm mantido a saúde e conseguido uma longevidade assinalável. Em Espinho, essa consistência tem sido conseguida em diferentes comércios, como é o caso do negócio das lavandarias a seco.
A Lavélia, localizada na rua 19, já faz parte da vida dos espinhenses desde a sua fundação, em 1967. O negócio foi iniciado pelos pais dos atuais gerentes, Brás, Lúcia e Joaquim Silva. Segundo Brás Silva, esteve ligado ao mundo da lavandaria “desde sempre”, tendo passado pela construção de máquinas de lavar.
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Não muito longe da Lavélia, na rua 33, está sediada a lavandaria Marsol, fundada em 1989 e gerida por Elvira Machado há 28 anos. Voltando ao passado, a gerente revela que estava à procura de trabalhar neste ramo e acabou por conseguir estabelecer o negócio perto de casa,
aproveitando a vontade dos antigos donos de vender o estabelecimento.
Antes de ter emigrado, Elvira já tinha trabalhado numa lavandaria e pretendeu voltar a esse
ramo quando regressou a Portugal. “Estou contente e gosto do que faço. Não há nada que não faça com gosto aqui, desde passar a ferro a estar no balcão e conviver com os clientes. O meu conhecimento é muito vasto”, assume a gerente, que também conta com o contributo do
marido e duas funcionárias.
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Apesar destas lavandarias ainda operarem depois de tantas décadas, o negócio já teve fases de maior fulgor. Elvira recorda que há 28 anos “até de noite se trabalhava e tinha mais funcionários”. A situação terá começado a piorar aquando da chegada da troika a Portugal e não ficou melhor com a passagem pelo período pandémico, em que o estabelecimento teve de fechar, visto que “os clientes não vinham tratar dos fatos porque não tinham de ir para os respetivos empregos”. Mesmo assim, Elvira “não está arrependida de nada” e considera que vai tendo trabalho.
Artigo disponível, na íntegra, na edição de 18 de janeiro de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€