O negócio de compra e venda de ouro já o herdou dos pais e avós, em Gondomar, desde 1953. A Espinho, Manuel Lima rumou em 1999, para abrir o seu primeiro espaço comercial, expandindo para o segundo muito recentemente. O segredo, refere o empresário, está no conhecimento e na relação honesta com o cliente.
A compra e venda de ouro é uma atividade comercial lucrativa, mas está supervisionada pelas autoridades, nomeadamente pela Polícia Judiciária (PJ), entidade à qual os comerciantes devem prestar contas com regularidade. O volume de negócios é alto e, por isso, exige disponibilidade financeira por parte dos comerciantes, dados os montantes elevados que cada operação poderá atingir.
“Neste negócio há de tudo”, revela Manuel Lima, filho e neto de ourives de Gondomar e que foi um dos primeiros a aventurar-se na transação de ouro usado. Com loja aberta em Espinho desde 1999, o comerciante considera que a exigência que se coloca nesta atividade é, por um lado, “um conhecimento profundo” sobre o produto e, por outro, “um elevado grau de seriedade e honestidade perante os clientes”. Experiência de ver, neste ramo comercial, quem “se aproveita das fragilidades dos clientes” é já uma banalidade para Manuel Lima, que tem exemplos para dar: “tive um caso em que o cliente foi a uma loja para lhe avaliarem uma peça e que lhe atribuíram um valor. Ao passar por aqui, ofereci cerca de cinco vezes mais”.
Para o lojista espinhense, é fundamental haver transparência na informação que se transmite. “Prefiro dizer tudo ao cliente. Faço uma avaliação do material e atribuo-lhe um justo valor tendo em conta a margem de lucro que tenho de ter”, explica Manuel Lima, que é, também, avaliador da Casa da Moeda e mostra no computador a evolução da bolsa de valores e da cotação do ouro.
O comerciante diz que muito do ouro que compra é para o derreter para, depois, construir novas peças. “As joias usadas são limpas, reparadas e postas à venda como artigo em segunda mão. As peças de ouro são ensaiadas através de um teste químico e de um teste visual para que possa fazer a devida avaliação”, explica Manuel Lima, assumindo que nem sempre aceita transacionar o que lhe apresentam e, por vezes, até aconselha o cliente a não vender as peças.
Artigo completo na edição de 8 de fevereiro de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.