A Familiar de Espinho assinalou ontem [24 de fevereiro] o 130.º aniversário, com uma cerimónia que decorreu no Hotel Solverde. As comemorações contaram com um debate sobre Habitação Acessível e com a homenagem aos sócios com 70 anos de filiação e à associada mais jovem, a Inês Costa, com quase três anos de idade.
Durante as intervenções, a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, elogiou a Familiar de Espinho pelo trabalho que tem desenvolvido junto da comunidade há mais de um século e enalteceu o papel que as mutualidades poderão ter, também, na habitação.
Também a presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz salientou o papel que as duas mutualidades do concelho têm tido há mais de um século.
“São exemplos de dedicação à suas comunidades, facto que aqui realço com gosto pessoal e institucional: não são todos os presidentes de Câmara que se podem gabar de ter como parceiras duas entidades mutualistas, ambas com mais de 100 anos de existência mas que, no seu saber de experiência feito, foram e são capazes de se reinventar todos os dias, assegurando a coesão social e o bem-estar dos espinhenses no seu dia-a-dia”, disse a autarca.
Maria Manuel Cruz lançou, ainda, o desafio para que as Mutualidades “surjam como parte das soluções para as muitas questões da habitação”.
“As instituições mutualistas são uma excelente demonstração de que a resposta social que importa providenciar nem prescinde dos poderes públicos nem se esgota neles”, salientou Maria Manuel Cruz, acrescentando que “souberam compreender as novas realidades socioeconómicas, souberam perceber as necessidades a que havia de dar resposta e foram capazes de se reinventar e desenvolver projetos e estratégias para estarem efetivamente ao serviço das comunidades em que se inserem”, nomeadamente com “as farmácias sociais, os projetos de prestação de cuidados de saúde, as respostas sociais a crianças, idosos e outros grupos particularmente vulneráveis”.
Por sua vez, o presidente da União das Mutualidades Portuguesas (UMP) Luís Alberto Silva, um dos intervenientes nas comemorações dos 130 anos da Familiar de Espinho, no Hotel Solverde, enalteceu o papel desta instituição na sociedade espinhense e a sua “história exemplar”.
“Esta associação soube adaptar-se aos desafios de cada momento, destacando-se na área da saúde com a sua clínica e farmácia social, correspondendo às necessidades dos seus associados e contribuindo para a coesão social no Município de Espinho”, salientou o presidente da UMP, acrescentando que “é de inteira justiça que releve aqui o papel desempenhado por José Almeida no desenvolvimento da associação, pela sua disponibilidade, dinamismo e capacidade”.
Ampliar a clínica e intervir na área da habitação
O presidente da Familiar de Espinho, José Almeida, aproveitou a oportunidade para dar a conhecer um pouco da história da instituição que lidera e destacou a forma como se enraizou no concelho.
“Hoje, aos 130 anos, somos uma instituição robusta, com saúde financeira, instalações próprias, uma farmácia social e uma clínica médica que oferece seis especialidades”, lembrou o presidente da Familar de Espinho.
“Orgulhamo-nos de ser uma referência incontornável na prestação de cuidados de saúde e assistência medicamentosa”, realçou, prometendo que a instituição que representa “não se irá acomodar” ao que já conquistou.
“A Familiar de Espinho é mais do que uma associação mutualista; é uma rede que agrega cerca de 3660 associados. É uma família que se identifica com os princípios e valores do mutualismo, da solidariedade e da entreajuda”, salientou.
José Almeida falou, também, do futuro e disse que o próximo desafio da Familiar de Espinho “é a ampliação da clínica para melhor servir os associados e a comunidade espinhense”.
Neste sentido, o presidente da Familiar de Espinho aproveitou para pedir o apoio ao Município de Espinho nesta iniciativa que considera de “extraordinária importância” e agradeceu “os laços de cooperação que tem cultivado” com a sua associação.
José Almeida disse, ainda, que a Familiar de Espinho “está empenhada em intervir na área da habitação a custos acessíveis, juntando forças com outras mutualidades na criação de uma federação mutualista”, concluiu.
