O Regimento de Engenharia N.º 3 (RE3) assinalou hoje [15 de maio], o seu 47.º aniversário. As cerimónias militares decorreram na esplanada Maia/Brenha, num dia de chuva, e foram integradas e abertas à sociedade civil.
A cerimónia militar que assinalou o 47.º aniversário do RE3 não foi muito diferente daquilo que se passa, habitualmente, dentro dos muros do quartel em Paramos, sendo diferente, apenas, no local e na forma como esteve aberta à comunidade espinhense.
Os cidadãos tiveram a oportunidade de assistir à continência das forças em parada à Alta Entidade (AE), à integração do Estandarte Nacional, cerimónia de homenagem aos mortos, imposição de condecorações a militares e a antigos combatentes, desfile das forças em parada e motorizado e atuação da Banda Militar do Destacamento do Porto.
Na sua intervenção, o comandante do RE3, coronel de engenharia João Paulo do Amaral de Oliveira, aproveitou a oportunidade para historiar o trabalho desenvolvido pela sua unidade militar ao longo dos anos, nas diversas missões, dentro e fora do país.
Amaral de Oliveira destacou, entre outras missões, o trabalho que o RE3 desenvolveu nos areais das praias espinhenses e o esforço que tem sido feito ao nível da formação profissional com “vários cursos alinhados com o sistema nacional de qualificações”.
Segundo o comandante do RE 3, “num período desafiante, marcado pela escassez de recursos humanos, o RE3 procura contribuir com significado para as operações de recrutamento, desenvolvendo atividades de divulgação do serviço militar através das suas ligações locais protocolares, sociais e pessoais com a comunidade espinhense”, destacando “as ações desenvolvidas pelo Dia Mundial da Criança, Dia Internacional da Proteção Civil e dos 50 anos do 25 de Abril”.
Por sua vez, o diretor honorário da Arma de Engenharia e antigo comandante do RE3, tenente-general Hermínio Maio, realçou o relacionamento que existe entre esta unidade militar e as autarquias locais e elogiou a ideia de realizar a cerimónia militar na esplanada Maia/Brenha.
“Este é um momento muito especial para todos os que construímos a credibilidade deste regimento, contribuindo para o prestígio da engenharia militar e do Exército”, salientou Hermínio Maio.
Relembrando as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 e o contributo que os militares deram “para devolver a liberdade ao povo português”, Hermínio Maio deu nota, também, da história do RE3. “Uma história rica em competência, determinação, coragem, abnegação, espírito de sacrifício e resiliência, qualidades caracterizadora dos sapadores de engenharia”, destacou o antigo comandante.
O general não se esqueceu dos problemas que enfrentam o presente e aquilo que é tão necessário para um futuro dentro de um panorama de uma guerra na Europa. Tratam-se de “importantes desafios no âmbito da segurança e da defesa”, disse Hermínio Maio, acrescentando que “sem isto, a prosperidade e os valores da liberdade tão dificilmente conquistados correm o risco de se tornarem efémeras”.
Por fim, o tenente-general falou das dificuldades que as Forças Armadas e em particular o Exército atravessam para “recrutar e reter pessoal, sobretudo na categoria de praças”. “As razões são múltiplas e também conhecidas”, acrescentou salientando que “o RE3, a engenharia militar e o Exército têm feito um esforço significativo para aumentar a atratividade do serviço militar”.
“Temos de reconhecer que a questão da atratividade do serviço militar ultrapassa já o papel das Forças Armadas, do Exército e das suas unidades. Os recursos humanos continuam a ser um recurso estratégico e a questão do serviço militar necessita ser encarada pela Nação com a plenitude da dignidade constitucional que a caracteriza”, concluiu.
As celebrações dos 47 anos do RE3 já estão a decorrer desde 7 de maio último, com um concerto da Banda Sinfónica do Exército e com um conjunto de atividades de divulgação do serviço militar, junto à Piscina Solário Atlântico com a exposição e experimentação de material e de equipamentos militares.