Constantino Sousa nasceu em Luanda, mas desde pequeno que assumiu Espinho como a sua terra. Nunca quis ser polícia, mas acabou por abraçar uma profissão para a qual foi levado por amigos. Foi distinguido pelo Município de Espinho no ano passado, “pelo papel que a arte dos seus ofícios teve no crescimento da cidade” entre as 50 personalidades que marcaram os 50 anos da elevação de Espinho a cidade. Dos 32 anos na PSP, esteve 17 anos no Corpo de Intervenção e está há 12 anos na cidade de Espinho.

Não sendo natural de Espinho o que o tornou tão espinhense?
Não nasci em Espinho, mas sinto-me um verdadeiro espinhense. Os meus pais são naturais de Espinho e emigraram para Luanda (Angola), antiga colónia portuguesa. Em 1974, com o 25 de Abril, regressámos a Espinho.
Fui para a antiga Escola Primária N.º 1, junto à Câmara Municipal, onde completei o ensino primário [atual 1.º ciclo]. Depois segui para o ciclo preparatório e frequentei o antigo Palacete da Rosa Pena e para o Liceu de Espinho [Escola Dr. Manuel Laranjeira].

Praticou algum desporto?
No Liceu de Espinho, nas aulas de educação física eram lecionadas todas as modalidades desportivas. No verão e nas pré-épocas desportivas, os professores convidavam-nos a ir experimentar as modalidades aos clubes. Recordo-me que aprendi a patinar na Associação Académica de Espinho e foi lá que joguei voleibol durante as férias. Depois fui jogar futebol para o Sporting Clube de Espinho. Alguns dos meus colegas foram para o Sporting CP e para o FC Porto. Ainda cheguei a jogar futebol de salão no GDRE e fui jogar futebol popular pelo Rio Largo CE, durante várias épocas. Quando casei fui jogar para o Sporting de Esmojães porque fui morar para lá e joguei no Clube Académico de Espinho. Cheguei a jogar basquetebol pela Casa do Povo de Espinho num campeonato de INATEL. Quando ingressei na Polícia deixei o basquetebol e fiz parte da seleção de voleibol da PSP.

Como optou por ser agente da Polícia de Segurança Pública?
Não foi propriamente uma opção minha. O genro da minha madrinha estava na Guarda Nacional Republicana e foi a primeira pessoa que me tentou convencer a ingressar nas forças de segurança, mas nessa altura não era essa a minha vontade. O meu pai ia muitas vezes almoçar à esquadra de Espinho da PSP e o antigo comissário Ismael Camelo, que era comandante da secção de Espinho, incentivou-me a ir para a Polícia. Entretanto, fui cumprir o serviço militar obrigatório e um amigo meu, o Jodé, na brincadeira, disse-me que iria concorrer à PSP. O pai dele, um dia, apareceu com uns papéis e pediu-me para assinar porque o filho não queria ir sozinho para a Polícia. Fomos ao DRM do Porto fazer os testes e fomos selecionados.

Artigo completo na edição de 16 de maio de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.