José Carvalho é natural de Espinho e faz parte da pequena elite que marcou presença em duas Olimpíadas. Em Munique, em 1972, esteve perto do atentado terrorista que vitimou a comitiva israelita e quatro anos depois, em Montreal, conquistou um quinto lugar dos 400 metros barreiras, alcançando um recorde nacional que se manteve ao longo de 16 anos. José Carvalho foi o melhor barreirista da história do atletismo português.

Apesar de ter nascido no Porto, viveu os primeiros anos da sua vida em Espinho…

O meu pai foi colocado em Espinho no início dos anos 1950. Como não havia maternidade e trabalhava nos CTT, havia um convénio entre a empresa com a Ordem do Terço, no Porto, o que levou a que tanto eu como os meus três irmãos fossemos nascer lá. O resto da minha vida, até aos 11 anos, foi passada em Espinho.

Quando é que saiu de Espinho?

Só saí de Espinho com 11 anos porque o meu pai foi colocado em Coimbra. A minha família teve de se transferir, mas fui sempre acompanhando Espinho de perto. Até porque, a minha madrinha morava em frente à Capela de São Pedro e acabei por passar algumas férias lá.

Quando o SC Espinho ia jogar voleibol a Lisboa, costumava assistir aos jogos e ia sempre recebendo informações do Toninho, que era meu vizinho, e com quem me dava bem. Mais tarde, quando o António Leitão veio para o atletismo, era a minha referência e ia-me dando indicações sobre Espinho.

Manteve-se sempre ligado à cidade…

Sempre, e, de cada vez que vou a Espinho, há uma coisa que faço, que é dar um mergulho no mar. Vivia ao lado do quartel da Guarda Fiscal, junto ao mar, e por lá passavam sempre as peixeiras, quando a companha ia ao mar. Havia sempre um pregão, que tenho sempre na minha cabeça, “é do nosso mar”. Sempre me considerei um homem do nosso mar, sou um produto daquele espaço. É por isso que, sempre que vou a Espinho, vou ao “meu mar”.

Artigo completo na edição de 23 de maio de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.