O clube irá anunciar em breve os novos treinadores do futebol e voleibol. Foto: Isabel Faustino/DE

Bernardo Gomes de Almeida, presidente do SC Espinho, analisa a difícil época no futebol e voleibol, processo de criação da SAD e o problema crónico do estádio municipal, num ano em que o clube vareiro completa 110 anos.

A equipa não conseguiu a subida depois de um ano em que foi assumido, tanto pelo presidente como pelo treinador, que a missão era subir. Que análise é que faz desta temporada?

Globalmente foi negativo, mas pode ser dividido em duas fases. Até março, a equipa estava bem, em segundo lugar, focada em diminuir a distância para o primeiro. Jogava bom futebol, o melhor futebol do Campeonato Sabseg a espaços, na minha opinião. A partir desse mês, depois da derrota com o Paços de Brandão, a equipa desmoronou-se. Eram os mesmos atletas, o mesmo treinador, mas parecia outra equipa, que nada tinha a ver com os meses anteriores. Em relação às arbitragens, não posso deixar de falar. Fomos nós que falhámos, não alimento desculpas, mas é evidente que o nosso saldo foi negativo, perdemos muitos pontos em alturas cruciais da temporada. Em Paços de Brandão, marcámos o golo da vitória nos instantes finais, mas foi anulado. Também perdemos em circunstâncias anormais em Canedo, houve muitos vermelhos diretos. Não serve como justificação, mas fomos claramente prejudicados pela arbitragem.

Já foi tomada uma decisão em relação a João Ferreira?

O João não vai ficar, já conversámos sobre isso. Continuo a achar que é um excelente treinador, um grande espinhense, é sócio do clube desde que nasceu. Trabalhou com amor, carinho e dedicação, mas depois de fazer o balanço final, chegámos a uma conclusão conjunta de que não havia condições para continuar no comando técnico, com muita pena nossa. O futebol é feito destes casamentos e divórcios, mas acabou bem, com a amizade que tínhamos antes. É importante dizer que, tanto o João como nós, trabalhámos sempre em prol do SC Espinho.

Uma relação tão boa entre presidente e treinador, a juntar à identificação do treinador com o clube e terra não são razões suficientes para renovar este casamento mais um ano?

No futebol, como todos sabemos, vive-se de resultados. Tanta era a confiança do clube no treinador, que não trocámos durante a época. Para a direção, o João não passou de bestial a besta, acreditámos nele até ao fim e tentámos sempre ajudar. No SC Espinho, desde que cá estamos, há uma máxima: quando ganhamos, ganhamos todos e quando perdemos, perdemos todos.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 13 de junho de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€