O vogal do Bloco de Esquerda, João Matos, anunciou esta madrugada [20 de abril] a sua renúncia ao mandato na Assembleia Municipal de Espinho. Uma decisão que apanhou todos de de surpresa e que foi transmitida no final da sessão, após a aprovação das contas do Município de Espinho.
“Desvinculei-me do Bloco de Esquerda”, começou por dizer João Matos, não querendo especificar quais as razões que o levaram a tomar tal decisão. “Apresentarei a renúncia ao mandato como vogal”, acrescentou.
Perante um silêncio ‘ensurdecedor’ e, até com uma grande carga emocional, o vogal que foi eleito pelo Bloco de Esquerda fez questão de deixar um apelo ao colégio: “honrem o mandato e saibam expurgar dos órgãos políticos os mais nefastos comportamentos humanos”, disse.
As reações ao anúncio da saída de João Matos sucederam-se. O líder da bancada social-democrata, Paulo Leite, foi o primeiro a intervir, classificando o ex-bloquista como “um dos elementos de qualidade” e que “não será fácil encontrar quem o substitua”.
Paulo Leite deixou ao vogal uma palavra de amizade, apesar das divergências que tiveram no decurso do presente mandato na Assembleia Municipal, considerando-o “um amigo”.
Seguiram-se as intervenções do vice-presidente da Câmara, Luís Canelas, que não escondeu a sua surpresa com a decisão e da presidente da Câmara, Maria Manuel Cruz que desejou “o melhor para o seu futuro”.
Teixeira Lopes, líder da bancada socialista não escondeu “o orgulho de o o ter tido como adversário”. “Foi um elemento que estudou os assuntos, irreverente e muitas vezes irónico”, caracterizou, acrescentando que só em democracia se encontram adversários que merecem a nossa admiração”.
Ana Rezende, vogal da CDU, desejou “as maiores felicidades no novo percurso” de João Matos. “Espero que essa cadeira não fique vazia por muito tempo”, disse a vogal comunista.
Por fim, o presidente da Assembleia Municipal de Espinho, José Carvalhinho, que já conhecia a decisão do vogal, fez questão de “agradecer tudo aquilo que fez”, enaltecendo a “coerência, frontalidade, a ironia e a piada” que João Matos trazia para o órgão municipal. “A vida é feita de reencontros”, concluiu.