Ex-autarca socialista Miguel Reis prometeu antiga Escola Básica de Anta 1 à Nascente. Atual presidente da Câmara já se terá comprometido com a Cerciespinho e desconhecia esse anterior compromisso. Senhorio pretende que a cooperativa abandone as instalações do auditório na rua 16.
A Cooperativa Nascente aprovou ao final da noite de ontem [2 de junho], em Assembleia Geral, por maioria, um documento relativo à questão que se prende com as suas instalações na rua 16, local onde está sediado o Teatro Popular de Espinho (TPE).
Neste sentido, a Nascente irá “privilegiar o diálogo na busca de soluções construtivas” para os problemas que enfrenta, mas garante que “não vai abdicar de fazer os seus direitos junto dos senhorios e de exigir à Câmara Municipal de Espinho o apoio” que lhe é devido para poder “manter viva a atividade”, “hoje e no futuro”.
Os sócios daquela cooperativa pretenderam que a direção continue “a trabalhar para um relacionamento convergente com a Câmara Municipal de Espinho nos vários domínios” e que será “materializado em torno do serviço público de cultura”.
Trata-se, de acordo com o documento de “um posicionamento assente no pressuposto de que a Câmara Municipal de Espinho continuará a reconhecer à Nascente a importância e o impacto – local, regional, nacional e internacional – da atividade ininterrupta que desenvolve há quase meio século”, tendo sido desta forma que a cooperativa encarou “a solução prometida para as instalações, em maio de 2022”.
Num outro documento apresentado aos sócios, a direção da Cooperativa Nascente deu nota do historial sobre o auditório da rua 16 e do posicionamento relativamente aos senhorios.
Reportando-se a maio de 2022, durante a presidência de Miguel Reis [agora em prisão preventiva], o presidente da direção da Nascente, Henrique Neves informou os sócios que o ex-autarca prometera à sua instituição as instalações da antiga Escola Básica Anta 1, atualmente ocupadas pela Academia de Música de Espinho e que iriam ser libertadas na mudança para a antiga Escola Básica de Espinho 3.
Entretanto, em finais de março passado, a Nascente terá reunido com a presidente da Câmara, Maria Manuel Cruz que se “revelou surpreendida com esta alternativa que nos foi prometida por Miguel Reis”, disse Henrique Neves, acrescentando que lhe foi sugerido como solução o FACE, “tendo ficado claro que aquele equipamento não reúne as condições mínimas” para as necessidades da Nascente.
Perante o anterior compromisso assumido pelo ex-autarca socialista, Henrique Neves considera que a Câmara Municipal “terá de encontrar uma resposta para este problema” porque a Nascente “não tem condições para o resolver”.
Henrique Neves assegurou, ainda, que a cooperativa “irá fazer valer os seus direitos legais perante os senhorios” e que irá procurar encontrar uma solução conjunta transitória até o problema se encontrar resolvido, não querendo enveredar pela via litigiosa.
Dos sócios da Nascente houve algumas sugestões como a antiga lota, que é propriedade da Junta de Freguesia de Espinho, no largo de S. Pedro, os salões dos antigos quartéis dos bombeiros, ou até da eventual compra do atual espaço do auditório pelo Município de Espinho. Contudo, o presidente da direção da Nascente excluiu ser a sua instituição a fazer qualquer sugestão, devendo esta partir da própria Câmara Municipal de Espinho.