Sofia Amorim, aos 16 anos de idade, sagrou-se campeã nacional de seniores de ginástica rítmica. A jovem atleta da Académica de Espinho, iniciou-se na modalidade aos 5 anos e nunca mais a abandonou. A pandemia, que afastou algumas das suas colegas, deu-lhe força para continuar e perseguir o sonho de representar Portugal nas Universíadas.
Foi sempre a ginástica o seu desporto?
Comecei a praticar ginástica na escola, com a Catarina Leandro, aos 5 anos de idade. Ela falou com a minha mãe e disse-lhe que tinha muito jeito para a ginástica. A minha mãe sabia que a ginástica rítmica era muito exigente e fui para a Académica. Um ano depois de praticar, verifiquei que gostava muito da modalidade e, por isso, quis continuar. Fui para a competição e acabei por ficar com a Sílvia Canelas como treinadora. Por isso, a ginástica rítmica sempre foi o meu desporto desde muito pequena.
Nunca praticou outra modalidade da ginástica no clube?
Sempre foi a ginástica rítmica, pois senti, desde logo, que esta era a minha vocação e a minha paixão e, também, o desporto que me poderia trazer mais sucesso.
Quando sentiu que poderia chegar mais longe na modalidade?
Talvez tenha sido no meu segundo ano como atleta iniciada, quando consegui um terceiro lugar na classificação geral do Campeonato Nacional. Foi uma sensação muito boa e uma classificação extraordinária, pois estavam em competição 45 atletas de todo o país. Consegui, nessa altura, um segundo lugar em corda e bola, nas finais, e consegui entrar para as jovens promessas. Isto foi, realmente fantástico e muito motivador. Fui convocada para os estágios da seleção. Por isso, julgo que essa altura foi o ponto de partida para a carreira que tenho vindo a ter na modalidade.
Alguma vez tinha pensado poder chegar à seleção nacional?
Nunca me tinha passado pela cabeça. As coisas foram paulatinamente acontecendo e na sequência dos objetivos que ia cumprindo e da minha própria evolução na modalidade.
Há alguns anos a esta parte, ainda era muito novinha e, tal como as minhas colegas, víamos as ginastas da seleção nacional como ídolos. Por isso, quando cheguei à seleção nacional, foi um orgulho imenso para mim.
Foi muito complicado chegar à seleção?
Foi o resultado de muito trabalho e de muita dedicação à ginástica rítmica.
Recorda-se da sua primeira prova oficial?
Foi em 2014, em Santo Tirso e ainda era atleta infantil. Nessa altura, as atletas deste escalão não recebiam medalhas. No entanto, ficou-me na memória porque deram-me um fato.
Foi complicado participar pela primeira vez numa prova internacional?
Não foi complicado e adorei. Para mim, participar em provas internacionais é muito bom porque viajamos para outras cidades e outros países. Até cá em Portugal, quando participamos em provas internacionais, é muito motivante.
Desde muito nova comecei a participar nestas provas e a viajar sem os meus pais. Viajei com as treinadoras e com as minhas colegas do clube. É algo que gosto imenso.
A minha primeira prova internacional foi o AGN CUP, em 2016, na Maia, e fui convocada pela Associação de Ginástica do Norte. Foi uma sensação incrível ver as melhores atletas e competir com elas. Era muito pequena e não tinha grandes objetivos pois estava a competir no meu primeiro ano de atleta iniciada.
Como é o dia a dia de uma ginasta?
Estou no Colégio de Gaia e estudei desporto no 11.º ano. Tinha uma carga horária muito grande, desde as 8 horas da manhã até quase às 17 horas. Às 18 horas, tinha treinos pela Académica de Espinho e chegava, todos os dias, perto das 21 horas a casa.
Consegue conciliar os estudos com os seus treinos diários?
É muito difícil e exige grande esforço, dedicação e, sobretudo, muita organização. Mas, quando se gosta daquilo que se faz, tudo se consegue.
Como estou a estudar desporto no colégio, tenho imensas horas de atividade desportiva na escola e, com método, arranjo tempo para tudo.
Realiza alguns treinos por sua iniciativa além dos que estão programados?
Durante a época, só tenho os treinos diários, que estão devidamente programados e com o acompanhamento das minhas treinadoras da Académica.
Em férias faço alguns treinos por mim, para manter a forma e para que na época seguinte não sinta dificuldades em recomeçar com a atividade física. Mas mesmo estes treinos têm a supervisão das minhas treinadoras. Sabemos quais os exercícios que temos de realizar e, se não cumprirmos estas regras, só nos estamos a prejudicar a nós próprias. É um trabalho feito por todas as ginastas, no geral. Fomos habituadas desde muito novas a fazer determinados exercícios para nos conseguirmos manter sempre em forma. Quem não tiver esta postura, certamente não conseguirá obter resultados. As nossas treinadoras sabem quem trabalha e quem não trabalha.
Artigo completo na edição de 13 de julho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.