Regina Ferreira brilhou enquanto jogadora no SC Espinho e regressa para ser coordenadora. (Foto: Sara Ferreira)

Regina Ferreira foi pioneira no andebol feminino português e uma das figuras da modalidade no SC Espinho. Agora, volta ao seu clube do coração para ajudar a juventude e para tentar valorizar a modalidade na cidade e no país.

Porque regressa ao SC Espinho?

Por motivos emocionais, este é o clube do meu coração. Já representei vários clubes em Espinho, como o Manuel Laranjeira ou a Académica de Espinho, sempre joguei por amor à modalidade e nunca ganhei um centavo. Sempre tive amor à camisola, mas o sentimento pelo SC Espinho é maior que tudo, não há hipótese.

Venho para o clube para ajudar os mais jovens com a minha experiência. Abordaram-me para voltar pela minha experiência como jogadora, em Portugal e Espanha, por ser uma referência e para poder partilhar as minhas vivências.

Qual é o seu objetivo nesta passagem pelo clube vareiro?
Ajudar os jovens, primeiramente. Quando começar a trabalhar, em setembro, já terei contacto com as equipas e poderei definir outros objetivos. Quero ser uma mais-valia, prestável. Gostaria que o clube tivesse muitos meninos e meninas, espero que seja uma forma de os chamar e que se divirtam em equipa. Quero que as crianças sejam felizes e que os pais sintam isso.

Esteve em quatro clubes em Espanha, em regiões distintas. Que diferenças sentiu em cada clube e região?

Em termos de andebol, senti muita diferença. Já tinha sentido muitas diferenças de Portugal para Espanha. No caso do Porriño, Galiza, estava na 1ª Divisão e havia o objetivo de nunca ficar abaixo do 12º lugar. Claro que queríamos ficar em 1º lugar, mas havia muito potencial naquela liga.

Naquela altura, final dos anos 1990, já havia muito dinheiro envolvido, apesar de não receberem o que recebem agora. Porriño era um clube humilde, mas já ia buscar jogadoras estrangeiras. Ainda assim, o nível de competição e condições de treinos não tinha nada a ver com o meu clube seguinte, o Elda, de Alicante.

Lá tinha uma casa, mas nunca parava, só tinha de pousar a mochila, fazer a mala e arrancar. Estávamos sempre em viagem, até porque tínhamos competições europeias. Passávamos muito tempo em viagens, às vezes demoravam 14 horas e tínhamos de partir dois dias antes.

De qualquer forma, o Elda era outro nível, sempre estiveram nos três primeiros lugares, não tinha nada a ver com o Porriño, apesar de haver boas jogadoras em cada equipa. No Elda havia muitas jogadoras de seleção.

E no País Basco?

No Zuazo Barakaldo, País Basco, a qualidade já não era tanta, por isso é que também quis sair, porque queria competir verdadeiramente e elas estavam na 2ª Divisão. Como fizeram uma oferta boa, acabei por aceitar.

No Sporting de Gijón, Astúrias, a qualidade era muita, apesar de nunca passarmos do 10º lugar, não tinha nada a ver com a experiência de Alicante.

Artigo completo na edição de 17 de agosto de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.