Eunice Abranches d´ Aguiar canta e encanta na vertente lírica. Num país ainda tão marcado pela falta de cultura musical, a cantora lembra o seu percurso, os sonhos que ainda alimenta e até onde quer levar a sua voz.
Não é natural de Espinho, quando é que surge a ligação com a cidade?
A minha ligação com Espinho começou no início do meu terceiro ciclo. Estudava violino há uns anos e comecei a desenvolver o gosto pelo canto, fazendo parte de coros da Paróquia de Espinho, onde ia com a minha mãe. Ao longo dos anos fui sendo convidada para alguns eventos na cidade que envolvessem música, como saraus das escolas por onde passei, à fabulosa encenação da Via Sacra onde fiz de Anjo Negro e Verónica.
Quando percebeu que pretendia ser cantora lírica?
O canto lírico não foi a minha primeira escolha no mundo da música. Como referi antes, comecei a estudar violino, porém, algumas pessoas insistiram que aprofundasse as minhas capacidades vocais. Tornou-se gradualmente uma grande paixão e, neste momento, é claramente aquilo que mais me preenche.
Quando iniciou o seu percurso na música?
Iniciei os meus estudos na Academia de Música de Vilar do Paraíso e, mais tarde, passei pela Academia de Música de Espinho. Entretanto fiz a licenciatura em Música – vertente de Música Antiga, no ESMAE e estou, neste momento, a fazer um mestrado em estudos avançados em ensemble vocal na Schola Cantorum Basiliensis (em Basileia-Suíça).
Quem foram os grandes impulsionadores para seguir este caminho?
Claramente houve uma pessoa que deu o grande empurrãozinho para o canto… a minha professora do coro de vozes brancas (Iryna Orbatyuk), que sempre achou que eu tinha uma voz bastante madura para a idade que tinha. Entretanto, várias pessoas tiveram um papel importante para o meu percurso enquanto cantora, nomeadamente a Mezzo Soprano Patrícia Quinta, que chegou a ser minha professora de técnica vocal, o José de Eça, que me ajudou a preparar para as provas de acesso da ESMAE, e a minha professora de filosofia da escola Dr. Manuel Laranjeira. A minha mãe e outros familiares que sempre me incentivaram nesta escolha, sabendo que era o que me preenchia verdadeiramente. Espinho teve impacto na minha escolha, evidentemente, por me ter envolvido em várias atividades musicais na cidade e ter sempre recebido excelente feedback e impulso para continuar.
Artigo disponível, na íntegra, na edição de 02 de maio de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€