Como gesto de solidariedade e um alerta para a importância da arte xávega, a Junta de Freguesia de Silvalde ofereceu 18 rolos de corda, com 200 metros cada, às duas companhas de pesca que existem atualmente em Espinho. Um investimento de dois mil euros que vai ajudar a minimizar um pouco as dificuldades dos dois armadores e dos restantes trabalhadores.
Segundo José Carlos Teixeira, presidente da junta, este trata-se de um pequeno investimento que pretende ajudar quem vive da arte xávega. “Sabemos perfeitamente que este gesto não chega. Queríamos dar muito mais, mas, pelo menos, é um ato de reconhecimento de que estas pessoas merecem ser vistas com outros olhos. São pessoas humildes, mas que dão valor ao trabalho, têm famílias numerosas e que precisam de sobreviver e não é à custa de boas palavras que se sobrevive. Só é possível com gestos, ações, atividade e é isso que estamos a fazer, tentando que outros vejam o nosso gesto para fazerem igual”, explicou o autarca.
Apesar das dificuldades já habituais no mundo da pesca, a Covid-19 veio acrescentar outras contrariedades e os últimos meses não têm sido fáceis para os armadores de pesca. Adelino Ribeiro, proprietário de uma das companhas, mostrou-se feliz por receber esta ajuda. “É uma alegria ter este apoio. Fazia-nos falta porque a nossa corda já está velhinha, mas era um investimento de quase mil euros que teríamos que fazer e agora vai ajudar-nos muito.”
José Carlos Teixeira alertou, ainda, para a importância “de apoiar as atividades artesanais” e que, em termos turísticos, são “muito importantes para Espinho”, desejando que “a arte xávega não seja só a colocação de uma tela com o barco da companha espalhado pela cidade porque isso não chega”.