Livro retrata várias figuras e histórias de Espinho (Fotografia: Sara Ferreira)

Os Padres Desterrados – A Perseguição à Igreja em Espinho na I República é o mais recente livro de Bruno Oliveira Santos. O espinhense, de 54 anos, aventurou-se, pela primeira vez, na história local e partilha um trabalho de investigação marcado por grandes figuras espinhenses. A apresentação está marcada para 7 de julho, às 18h30, na Biblioteca Municipal.

Como surgiu a ideia de escrever este livro?

Já tenho alguns livros publicados na área da história e apeteceu-me, pela primeira vez, escrever alguma coisa sobre a história local. Aquilo que quis fazer foi contar a perseguição à Igreja em Espinho na I República.

Uma fase de grande hostilidade, mas com muito para contar…

A seguir à implantação da República, em 1910, houve um ataque feroz à igreja e este ambiente hostil vinha já da monarquia constitucional, ou seja, não surgiu só com a república. No entanto, acentua-se nessa fase. Passam a haver perseguições e dois padres em Lisboa são logo assassinados no dia da proclamação da república. Há igrejas encerras e profanadas, as ordens e congregações são expulsas e há medidas punitivas como, por exemplo, as penas de desterro que acabam por dar o título a este livro. Em Espinho, em 1913, todos os padres de cá foram condenados a uma pena de desterro que os impedia de viver em Espinho ou nos concelhos limítrofes por determinado período de tempo.

Com tanta pesquisa, foi um processo longo até à publicação?

Não, foram alguns meses. Tive a ideia, comecei a imaginar o livro, as várias coisas que era preciso contar e depois entrei numa fase de investigação para recolher os documentos, vasculhar os arquivos municipais e diocesanos e o livro acabou por ficar pronto em quatro meses.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 29 de junho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por Dentro por apenas 32,5€