Carlos Miguel já editou “Destino”, “Eu quero amar”, “Doido por ti”, “Contigo” e “Renascer”, mas há mais projetos discográficos no arquivo. “Tenho canções muito bonitas, poéticas e românticas. Sou um cantor romântico, com estilo latino e também me considero uma pessoa romântica. Hoje, sigo cantando e transmitindo às pessoas o que trago dentro de mim…E o que mais quero é cantar!”
Quando é que detetou que a música iria fazer parte da sua vida?
Tinha cerca de 5 anos quando ganhei logo o gosto pela música. A minha mãe tinha um cabeleireiro em São João da Madeira e o meu pai empreendeu negócios em Angola.Eu tinha então uma ama e o marido dela era professor de música e tinha muitos instrumentos na sua cave.
Eu até lhe chamava “Pai Zé” e estava sempre ansioso que ele chegasse para tocar qualquer coisa. E foi assim que nasceu o meu “bichinho” da música. Eu estava sempre ansioso para ir para a bateria ou pegar na guitarra e no microfone.
O “ritmo” prosseguiu na adolescência e não tardou em experimentar os dotes musicais nos palcos?
Tive uma banda em São João da Madeira, onde comecei por tocar bateria e percussão e também fiz coros. Também estive numa banda de Espinho, a Bandaneia, que me deu mais experiência, e participei no programa televisivo “Operação Triunfo”.
A “Operação Triunfo” motivou-o a tentar a sorte a solo?
Sim, senti-me mais motivado para aquilo que queria fazer na vida. Participaram 350 concorrentes na primeira fase que decorreu no Porto, mas só fomos selecionados trinta para a fase seguinte e depois já só éramos quinze em prova.
Lembra-se da sua primeira audição na “Operação Triunfo” na RTP?
Chegou a minha vez e cantei. Os jurados dariam excelentes jogadores de póquer, pois permaneceram numa inexpressividade indecifrável. Feedback? Zero! No fim de todas as atuações, ia ser anunciada a lista de candidatos que passavam à fase seguinte. Contrariando todas as indicações do livro “O Segredo”, que ainda não tinha sido escrito, e todas as leis da atração – a realidade é aquilo que prevemos –, estava mesmo convencido que não iria ser chamado. A altivez e ar confiante de muitos participantes faziam vir à tona a minha humildade.
A minha concorrência, com algumas exceções, tinha cantado muitíssimo bem. Jamais me iriam chamar… “79! Número 79!”… Olhei várias vezes para o meu número. Não queria mesmo acreditar. “Quem foi chamado está apurado para a próxima fase, quem não foi pode ir embora”. Um tsunami de alegria inundou-me o coração. Percebi, nesse momento, que a música me iria acompanhar para sempre, independentemente do rumo que tomasse a minha vida.
Ao longo do tempo que fui crescendo como pessoa, crescia em simultâneo o amor que sinto pela música. Crescia com o sonho de um dia vir a ser cantor.
Artigo disponível, na íntegra, na edição de 6 de maio de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro, a partir de 30 €.