Carlos Manuel Prata Fernandes Pereira (Carlos Prata) é natural de Espinho, tem 67 anos e é professor de educação física aposentado. Na sua carreira sobressai o título de campeão nacional de voleibol da 1ª Divisão pela Académica de Espinho. Uma (re)conhecida figura do voleibol nacional que se caracteriza, sobretudo, pela humildade e pelo conhecimento técnico da modalidade. Foi treinador principal do FC Porto, clube em que conquistou o título com apenas uma derrota. Atualmente é consultor da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV).

Como apareceu o desporto na sua vida?
Surgiu no futebol, no então denominado Campo da Avenida e que, mais tarde, viria a originar o Estádio Comendador Manuel de Oliveira Violas. Via os jogos junto do Carlos Padrão.
O meu pai dizia-me para ir para o voleibol. Comecei a ver jogos da formação de voleibol, no antigo pavilhão Joaquim Moreira da Costa Júnior. Mais tarde, comecei a interessar-me pela educação física e pelo desporto. Fui para a equipa de voleibol de juvenis do SC Espinho e prossegui pelos restantes escalões até atingir os seniores. Com todos os grandes jogadores que o clube tinha, eu não passava de um apanha-bolas.
Mais tarde entrei para a Escola de Educação Física e acabei por me interessar pela modalidade, não só como jogador, mas como treinador. Mais tarde fui para a FPV, não me recordo muito bem como, mas já lá estou há 33 anos. Sempre ligado à formação de treinadores.

Sempre foi muito interessado pelo voleibol em Itália…
Sempre tive particular atenção àquilo que se faz lá fora, noutros países.
Estava na faculdade, no primeiro ano do curso de Educação Física e deixei porque fui para a Escola Dello Sport, em Roma (Itália), onde estive durante seis meses. Foi aí que comecei a conhecer a realidade do voleibol italiano e estive em contacto com o Anderlini, que era uma figura carismática naquele país. Tive também a possibilidade de comprar livros e de absorver toda a vivência daquele centro de estágio.
Mais tarde tive a possibilidade de fazer um estágio com o Anderlini no Centro de Estágio Mediterrâneo, que era até mais ligado ao atletismo, mas onde o voleibol estava representado com as equipas mais jovens, nomeadamente com os juniores e cadetes. Foi lá que conheci Paolo Bongiorno, que me ofereceu casa em Milão. Era professor de Matemática e treinava uma equipa na 2ª Divisão. Nos anos seguintes fui duas a três vezes por ano a Itália. Cheguei a fazer estágios com a seleção italiana.

Esse caminho que seguiu foi de grande sacrifício…
É verdade, mas tive algumas aventuras. Quando comecei a ir para Itália não o fiz como atualmente se faz. Ia à boleia com os camiões da cortiça. Apanhava boleia dos camionistas que iam para França e para Itália.

Nunca teve nenhum episódio curioso nessas suas aventuras?

Entrevista completa na edição de 28 de outubro de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€.