Silvalde: “Salvei a minha vida e a da minha mãe e isso acaba por ser o mais importante”

Foto: Francisco Azevedo

Um incêndio numa habitação de um prédio na Marinha de Silvalde, ao início da tarde do passado dia 21 de março, deixou desalojada uma família de quatro pessoas. Elizabete Rodrigues, de 53 anos, Rosa Campos, de 84 anos, Bruno Silva, de 21 anos e uma jovem de 17 anos, estão, agora, em casa de Rosa Campos, no Bairro Piscatório. Elizabete encheu-se de coragem e salvou a sua mãe e os animais de estimação, apesar de ter perdido todo o trabalho de uma vida.

Foto: Francisco Azevedo

Elizabete Rodrigues passou pelo maior susto da sua vida, mas agora, reconhece que o mais importante foi mesmo ela e a sua mãe terem saído de casa com vida.

“Salvei a minha vida e a da minha mãe e isso acaba por ser o mais importante. Isto é que, realmente, tem mais valor. Tudo o resto consegue-se resolver com o tempo”, disse Elizabete Rodrigues com as marcas, ainda visíveis de uma iminente tragédia nos seus olhos.

“Ainda não consigo entrar em minha casa, mas a minha vontade é a de voltar para lá. Custa-me imenso ver tudo aquilo naquele estado! Foi o trabalho de uma vida! Isto foi o pior que me aconteceu até agora. Já lá moro há mais de 20 anos e já tinha a minha casa quase paga ao banco”, contou-nos aquela silvaldense, acrescentando que “com o pouco que ganhava” foi construindo todo o seu mundo, “a minha vida, passo-a-passo. Até estava a preparar-me para fazer obras na minha cozinha…”, referiu.

“Pensamos que estas coisas só acontecem aos outros”, acrescentou Elizabete Rodrigues.

O incêndio terá deflagrado cerca das 12h50. “A minha mãe [Rosa Campos], de 84 anos, estava na sala a almoçar e fui para a cozinha preparar comida para colocar no congelador.”, contou-nos Elizabete. E prosseguiu: “fui ao frigorífico para tirar um iogurte, que é o meu almoço e verifiquei que não tinha luz. Pensei que poderia ter sido eu, a retirar o aspirador, que tivesse desligado o disjuntor do quadro elétrico! De repente, quando cheguei ao hall da entrada já estava tudo preto e olhei para a direita, onde fica a sala, e já não se via absolutamente nada! No quarto do meu filho as chamas eram enormes. Comecei a gritar e a chamar pela minha mãe… e ela disse-me: não chores que estou aqui”, descreveu Elizabete Rodrigues o momento da tragédia.

Reportagem completa na edição de 31 de março de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€.