Foto: Sara Ferreira

Manuel José Carvalho, mais conhecido por Zé, é instrutor de fitness no Ginásio Ativa, e uma das personalidades mais conhecidas dentro da cidade pela sua ligação ao desporto.

Em conversa com a Defesa de Espinho, o personal trainer relembrou a importância do pai na sua caminhada e a necessidade constante de formação numa área do desporto muito ligada à saúde e bem-estar. Houve ainda tempo para falar sobre uma paixão até então desconhecida por muitos: o jornalismo.

O que o levou a iniciar a prática desportiva?

Foram duas as razões. A paixão que me foi incutida pelo meu pai, que jogou futebol no Rio Largo e nas Velhas Guardas do SC Espinho. Ele incutiu-me esse gosto pelo desporto, fazíamos cross training e corridas. A outra razão foi o aspeto físico. Eu era muito magro, não chegava a pesar 50 quilos, e tive a iniciativa de começar a treinar. Na altura era muito complicado, porque o ginásio não era um espaço tão social como agora, era intimidante. O ginásio do SCE era por baixo da bancada do pavilhão, ainda. Mas foi um passo importante para o resto da minha vida.

Esse seguir das pisadas do pai foi sempre por influência?

Sim, sempre por influência e paixão. Lembro-me que comecei a fazer os crosses com ele, a fazer as corridas, gostei, soube que ele tinha jogado futebol amador e isso motivou-me um pouco. Comecei a ganhar gosto por aquilo. Na altura, a nível de ginásios não havia muita oferta, só o Gimnopraia, mas já quando eu era adolescente. Mas tinha uns halteres em casa, que tinha comprado no único shopping da altura que era o Gaia shopping, e uma máquina daquelas que dava para fazer remo. Por isso, antes de entrar para o ginásio, já exercitava em casa e gostava. Depois foi aquele efeito bola de neve. Comecei a experimentar, a gostar, a ter mais interesse. Na altura, o mais difícil era ter informação sobre o que se estava a fazer, tanto que a primeira formação que fiz foi para uso próprio, para saber o que eu estava a fazer.

Quando é que percebeu que a sua vida profissional seria ligada ao desporto?

Quando comecei a treinar no SCE e tive a sorte de as pessoas se tratarem como família. Era o Renny Bragança, que é instrutor agora, o Vítor Sá que ainda hoje é boxer, o Filipe que hoje é também professor de boxe, e estávamos todos a começar, o Renny um bocadinho mais à frente. Então gostei principalmente da disciplina que havia e depois comecei a ver resultados, a sentir o corpo mudar, a ter mais energia no dia a dia. Só que eu queria mais, tinha sede de conhecimento. Lembro-me de uma revista que existia na altura que era a Muscle Man e era em inglês, mas os treinos que vinham lá eram para os campeões do mundo, um bocado diferente da nossa realidade. E era um bocado difícil saber se estava a fazer bem ou mal e, por isso, é que tive sorte de ter estado com as pessoas com quem estive no Espinho e que me aumentavam a motivação.

Chegou a praticar algum desporto fora do ginásio?

Nunca pratiquei nenhum desporto, porque eu gostava de fazer exercício por iniciativa própria. Fui sempre um miúdo muito introvertido, hoje sou completamente o oposto e acho que foi por causa do desporto. Fazia o meu treino e as minhas corridas sozinho, cronometrava os meus tempos, via quantas repetições conseguia fazer, mas era um trabalho muito isolado. Sem dúvida que quando comecei a treinar no Espinho melhorei muito a nível de comunicação. Mas se me dissessem, na altura, que eu ia ser instrutor de ginásio eu ia dizer que era impossível, porque abordar alguém para mim era muito difícil.

E como é que iniciou a sua carreira como instrutor?

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 7 de abril de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€