O décimo volume dos “Cadernos d´Espinho” é inteiramente dedicado ao comércio local – “um centro comercial a céu aberto” – e tem lançamento marcado para sábado de 23 de abril, às 15h30, na Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva.
O novo volume produzido por Mário Augusto, Armando Bouçon e Pedro Pinheiro proporciona uma viagem pela história do comércio espinhense que começa em pleno século XIX, mais de duas décadas antes de Espinho conquistar a sua autonomia da Vila da Feira, quando Ramalho Ortigão, celebrizado autor de “As Farpas”, já descrevia estas paragens com uma tónica na atividade comercial: “Largos arruamentos retangulares. Lojas para a direita, lojas para a esquerda: camisarias, chapelarias, quinquilharias, modas, em instalações provisórias nos prédios todos novos, com grandes tabuletas de lojistas do Porto, sucursal daquele outro”.
“E por isso, Espinho seja, ainda hoje, uma terra onde dá prazer caminhar pelas suas artérias mais centrais, sempre”, confere Mário Augusto, “E na companhia das montras iluminadas dos muitos estabelecimentos comerciais que existem praticamente em todas as casas e prédios das ruas 19 e 23, assim como em muitas artérias perpendiculares àqueles dois eixos comerciais”.
O prefácio é assinado por uma referência do comércio local, Carlos Lêdo da Fonseca, que lembra a importância da feira semanal: “O melhor dia de negócio sempre foi a segunda-feira, em que, para dar resposta à demanda, o horário de abertura (das lojas) era alargado até às 20 horas, satisfazendo uma clientela que procurava e encontrava localmente uma oferta vasta e de qualidade”.
A pausa prolongada desde a edição do novo volume da coleção “Cadernos d´Espinho” deve-se essencialmente as condicionantes da conjuntura pandémica. “Esperamos agora poder manter a proposta de lançar um caderno a cada três meses”, dá nota Mário Augusto. “A nossa proposta inicial e foi esse o compromisso com os espinhenses, a Câmara e o apoio da Solverde, era fazer 14 cadernos temático. A nossa ideia é poder complementar a serie com 15 ou 16 cadernos, sendo que estamos a prever fazer um evento que vai resultar no que será o último caderno em que vamos celebrar Espinho como uma cidade de futuro, perspetivando como será esta cidade daqui a 10, 20, 30 ou 50 anos. “
“Esperamos lançar antes de agosto e será dedicado a figuras ilustres do Desporto em Espinho, do golfe ao voleibol, ao hóquei em patins”, revela Mário Augusto. “Vamos recordar que aqui nasceram muitos campeões. Mas para já queremos encher a biblioteca no próximo sábado para manter o projeto em alta”.