Foto: Francisco Azevedo

Há pessoas que passam à nossa porta e ficam admiradas por verem a oficina de reparação de relógios”, diz embevecido Jorge Soares, que há três anos articulou a criação do espaço de consertos Jorge Relojoaria, na Rua 33. As atividades profissionais foram-se aproximando até que, há pouco mais de três anos, Jorge Soares e João Capela juntaram as artes e os engenhos, entre as ruas 18 e 20.

João Capela já consertou os relógios da Igreja de Espinho e da Capela de São Pedro e também o da capela de uma aldeia de Vila Flor. “Tinha ido tratar de um conserto para um cliente e tratei de dois consertos. Acabei por não levar nada ao homem, mas encheram-me a carrinha de batatas, castanhas e muita outra coisa! Quando eu disse que nada deviam, ficaram contentes e não me deixaram vir de mãos a abanar”.

“Sempre trabalhei muito e é o que eu sei fazer”, diz Jorge Soares, de 65 anos, abrangendo com olhar intenso a oficina e sorrindo para João Capela, que completa 80 anos a 21 de abril, data desta edição da Defesa de Espinho. “Só espero estar na oficina a trabalhar quando partir para outro mundo. O senhor Capela é mais do que uma referência, é uma motivação. Está aqui na oficina, sempre a trabalhar, e já tem 80 anos! Gostava de estar aos 80 anos como ele está”.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 21 de abril de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€