Formadora e consultora de gestão industrial, Armanda Martins, de 56 anos, dedica-se à construção de peças em cerâmica, ao mesmo tempo em que gere o Alameda GuestHouse, em Espinho. Autêntica mulher dos sete ofícios, confessa que nem sempre é fácil gerir uma agenda tão preenchida, mas procura manter viva a paixão pela arte.
O que a apaixonou na arte?
Eu pintava a óleo e porcelana, mas um dia vi uma colega minha, num atelier que eu frequentava em Guetim, da Teresa Maurício, a tirar uns azulejos do forno com umas cores fantásticas e fiquei maravilhada. Perguntei se também podia fazer e, na altura, a senhora incentivou-me. Apesar de nessa altura estar a fazer o MBA (Master Business Administration) na Escola de Gestão do Porto e não ter muito tempo, decidi comprar os materiais. Fui para casa e fiz um painel de 42 azulejos em meia dúzia de dias. Fiquei maravilhada e percebi que era aquilo. Nunca mais pensei em largar a cerâmica, mas andei sempre em volta dos azulejos, até que depois comecei a introduzir cerâmica nos painéis de azulejo porque faltava-me qualquer coisa. Então comecei a juntar peças de cerâmica aos azulejos. Depois comecei a fazer peças de roda, agora também já faço escultura, mas sempre coisas que gosto.
O que representa a cerâmica para si?
A cerâmica é o que me tira do stress do trabalho, do dia a dia. Eu já frequentei o atelier do João Carqueijeiro, um ceramista muito bom e fui procurando formação. Neste momento estou na Cooperativa Artística Árvore onde vou uma vez por semana frequentar as oficinas de cerâmica, mas porque sinto que é uma forma de eu manter a cerâmica viva. Como estou tão assoberbada de trabalho na área de gestão industrial e ainda com a GuestHouse, sinto necessidade de me deslocar até lá para trabalhar nas minhas peças. Tenho um atelier no meu espaço de alojamento, mas não me consigo dedicar e focar a 100% porque há sempre pessoas à minha volta.
Entrevista completa na edição de 12 de maio de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€
