Esta semana, em declarações à Defesa de Espinho, Luís Montenegro pediu uma vitória expressiva no seu concelho. Os militantes locais fizeram-lhe a vontade, conferindo uma vantagem muito confortável face ao adversário, Jorge Moreira da Silva: 173 votos nominais – cerca de 66% da totalidade dos votos, contra os 89 eleitores do opositor. Foram averbados ainda três votos em branco e um voto nulo. Em Espinho, a eleição nacional mobilizou 266 dos 338 militantes inscritos para a votação.
Mas se a votação no seu concelho de origem foi clara, no todo nacional Montenegro teve um resultado esmagador. Com apenas uma seção por apurar, os números apontam para um resultado próximo dos 74,5%, com mais de 19 mil e 200 votos e uma vantagem para Moreira da Silva próximo dos 12 mil eleitores. O espinhense venceu todas as distritais do território nacional, registando 64,73% em Aveiro – distrital onde tinha perdido de forma surpreendente para Rui Rio nas eleições de 2020.
No discurso de vitória, proferido no Hotel Solverde, o antigo presidente da Assembleia Municipal de Espinho optou por um registo de contenção, assumindo que “quem ganhou hoje, no essencial, foi Portugal”. Montenegro deixou claro que o seu objetivo será mudar o registo de oposição que tem sido seguido pelo PSD nos últimos anos e fazer uma clara distinção do PS: “O dia de hoje vai ficar marcado como sendo o princípio do fim da hegemonia do PS. O país precisa de nós. E não vamos falhar a Portugal”.
A união e coesão interna foi outra das linhas de força da comunicação de Montenegro, assumindo mesmo a intenção de “não prescindir do talento” do seu opositor nestas eleições internas, nem “daqueles que o apoiaram”. “Conto com todos, porque são companheiros”, reforçou já no período de resposta às perguntas dos jornalistas.
O mandato é de dois anos, mas vim para ser candidato a primeiro-ministro em 2026
Luís Montenegro
Numa curiosa referência ao facto de ter feito toda a campanha com base em Espinho, Luís Montenegro disse que é em casa que “começa por sentir a força e a energia” que quer transportar para o país. Sobre o futuro da liderança e a legitimidade para chegar às próximas legislativas, o presidente eleito do PSD deixou uma resposta clara: “O mandato [como presidente do partido] é de dois anos, mas vim para ser candidato a primeiro-ministro em 2026”.
Concluídas as eleições diretas, Luís Montenegro será agora confirmado como líder do PSD no 40º Congresso Nacional do partido, que terá lugar no Coliseu do Porto, nos três primeiros dias de julho.