Fábio Paquete: “Quero muito ganhar e triunfar para colocar o SC Espinho no lugar em que tem de estar”

Foto: Francisco Azevedo

Começou a jogar futebol no SC Espinho e até quiseram que fosse para árbitro, mas foi treinador dos escalões de formação do clube e chegou a técnico da principal equipa, aos 36 anos. O defesa esquerdo deixou de jogar muito cedo, mas cedo se revelou um treinador com ambição, competência e dedicação à camisola que sempre vestiu. Fábio Paquete tem em mãos a missão de devolver o ‘Espinhinho’ aos nacionais.

Espinho é a sua terra natal…
É a minha terra de sempre porque foi cá que nasci, onde cresci. Identifico-me muito com esta terra porque é cá que tenho a minha vida e os meus familiares. É cá que estão as pessoas mais importantes da minha vida. É a minha cidade e a cidade do meu coração.

Alguma vez praticou um outro desporto que não fosse o futebol?
Quando era criança, como todas, quis experimentar outros desportos. Fui experimentar o voleibol, na Académica de Espinho e no SC Espinho, por influência dos meus amigos, nomeadamente o meu primo, Tiago Paquete, com quem tenho, desde sempre, uma ligação muito forte. Mas vi que não era aquilo que queria! Gosto da modalidade, mas a minha vocação, já nessa altura, era mesmo o futebol.

De que forma apareceu o futebol na sua vida e quando?
Sempre gostei de futebol. Estava ligado à modalidade pelos jogos de computador e pela televisão. Via todos os jogos que podia. Ver a Liga de Itália, na TVI, era, para mim, uma loucura. Era um apaixonado pelo futebol e quando apareceu a SportTv, com a transmissão de jogos, em direto, ia para o café para os ver.

Como foi o seu percurso como jogador?
Fiz todo o meu percurso no SC Espinho, nas camadas jovens. Cheguei a jogar futebol popular e ainda joguei na equipa do Clube Académico de Espinho, onde tinha muita gente que conhecia, bons amigos.

Houve alguns episódios de sucesso enquanto foi atleta na formação do SC Espinho
Fui um jogador mediano. Era defesa esquerdo, mas às vezes jogava a extremo esquerdo. Considero que o maior sucesso que tive como jogador, nessa altura, terão sido as oportunidades que tive para treinar com os seniores, com grandes jogadores como o Álvaro Gamarra, o Pedro Silva, o Petiz, entre tantos outros. Esses momentos marcaram-me imenso e ainda os guardo na minha memória.

Recorda-se de algum momento menos positivo na sua carreira como jogador?
Houve um momento que me marcou negativamente e que foi fruto da minha imaturidade dessa altura. Não soube lidar com o não jogar e com o não ser convocado para os jogos. Era um jogador muito competitivo e não entendia o que ia na cabeça do treinador que, muitas vezes, tinha de fazer opções por uma questão de gestão do plantel e de dar oportunidade a outros jogadores. Eu lidava muito mal com isso. Acabei por não concluir uma época. Este exemplo dei-o, muitas vezes, aos meus jogadores quando era treinador na formação. É preciso ter alguém, perto de nós, que nos dê uma palavra para esses momentos. Eu não tinha ninguém. Os meus pais tinham a sua vida profissional e não me podiam acompanhar. Ia para o treino sozinho, com chuva ou com sol. Andei sozinho no futebol.

Foi nessa altura que terminou a sua carreira de futebolista?
Foi nessa altura porque desanimei. Não quis procurar outros clubes no final dessa época desportiva. Perdi a paixão por jogar e não quis prosseguir a minha carreira de atleta no futebol federado. Convidaram-me a experimentar o futebol popular. Era um desporto mais descomprometido e foi isso que me estimulou.

Perdeu-se um bom lateral esquerdo!…
Não se perdeu absolutamente nada. Era um jogador mediano.

Então ganhou-se um bom treinador!
Não sei. Por aquilo que foi, até agora, o meu percurso como treinador na formação, penso que se ganhou um bom treinador. Sempre gostei da parte do treino e sempre me interessei imenso por jogos de computador nessa vertente.
Quando era miúdo, jogávamos futebol no Bairro Piscatório contra ‘os de lá de cima’. Fazíamos jogos à medalha e, já nessa altura, não jogava e treinava os meus colegas. Isto prova que já nesse tempo gostava do treino e de comandar as equipas.

Como foi que surgiu a carreira de treinador de futebol?
Na altura, o responsável pelo departamento do futebol de formação do SC Espinho fez-me o convite, porque queria trazer para o clube antigos jogadores que cá tinham feito um percurso na formação, para ajudarem nas equipas técnicas. Aceitei com a condição de o fazer a título de experiência. Fui integrado numa equipa técnica do futebol de sete e adorei. O interesse foi crescendo, fui evoluindo e procurando saber cada vez mais.
Este dirigente queria que fosse tirar o curso de árbitro. Não quis, porque a minha vontade era a de tirar o curso de treinador de futebol. Fui para casa e falei com a minha mãe. Ela incentivou-me e ajudou-me.

Entrevista completa na edição de 20 de outubro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.