Trabalho estava colado na parede, mas acabou arrancado (Fotografia: Isabel Penna)

Trabalho da autoria de Isabel Penna acabou arrancado da parede e escondido em buraco.

A destruição de uma intervenção artística da autoria de Isabel Penna tem gerado uma onda de indignação em Espinho. Colocada durante a semana passada numa parede habitualmente usada para desenhos em grafite, junto à degradada Vila Manuela, a obra, que tinha como tema principal a libertação da mulher, acabou completamente vandalizada, destruída em pedaços e colocada num buraco perto do local.

De acordo com a artista, tratava-se de “um trabalho com uma mulher com asas imaginárias feitas a partir de uma colagem e usando revistas”. No muro, por cima da obra, a frase “mulher, procure suas asas”, dava o mote para o objetivo do trabalho, mas a intervenção acabou por não agradar a todos, já que o trabalho foi arrancado à força e, nesse local, escrita a frase “e volta para a cozinha”.

O trabalho esteve exposto apenas cinco dias, o que para Isabel Penna foi algo inesperado. “É a minha primeira obra destruída. Foi muito mau. Quando vi partilhei logo nas minhas redes sociais, demonstrando a minha revolta. Senti como se tratasse de uma agressão física à mulher, à minha liberdade de expressão, fiquei furiosa”, confessa a artista, explicando que se tratava de uma obra antiga. “Fiz o trabalho para uma exposição que se chamava ‘mulher procure suas asas’. Tinha-o guardado, mas sempre quis colocá-lo na rua até porque tenho outro, da mesma coleção, na rua 64 que até hoje por lá continua. Quando reparei naquele muro, que tantas pessoas da área do grafiti costumam usar, achei que o meu trabalho ficava bem e até combinava com os tons do muro”, recorda.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 24 de novembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho pode dentro por apenas 32,5€