Arrendar casa em Espinho é cada vez mais difícil. A elevada procura não corresponde à oferta que hoje existe na cidade, fazendo com que os preços disparem. As imobiliárias alertam para “balança descontrolada” e senhorios não veem contrapartidas do Estado no incentivo ao arrendamento.
Encontrar uma casa para arrendar em Espinho tem sido uma tarefa bem complicada. À semelhança do resto do país, a cidade continua a disponibilizar pouca oferta, não chegando para satisfazer a procura, cada vez mais elevada da população.
Em Espinho, a realidade é dura. Segundo Catarina Proença, gestora da equipa de consultores da Remax, localizada na Avenida 24, “a balança está completamente descontrolada”, passando o arrendamento por uma “fase longa de grande especulação”. Se comprar casa pode ser tarefa impossível para muitos, optar por um arrendamento pode trazer a mesma dificuldade.
Lei da oferta e da procura
A dinâmica do arrendamento tem espelhado bem o mecanismo da lei da oferta e da procura, que vai ajustando os preços das casas, fazendo, por isso, com que os valores se tornem inacessíveis para a grande fatia da população espinhense. Tal como explica Catarina Proença, a procura é elevada no concelho, não chegando para satisfazer todos os pedidos. “Todos os dias temos vários contactos, seja através de telefone, site ou na chegada à loja. Não existe dia em que não haja procura pelo arrendamento, mas há pouquíssimos imóveis disponíveis e, quando existem, são logo arrendados”, diz a gestora da Remax.
No mercado imobiliário espinhense há 13 anos, Catarina Proença esclarece que “sempre existiu procura” no que diz respeito ao arrendamento. No entanto, nunca houve tão pouca oferta. As opções quase escassas na cidade fazem, assim, com que os valores tenham subido de forma acentuada. “Nos últimos anos foram construídos edifícios novos, precisamente com a intenção de arrendamento, o que ajudou um bocadinho, mas isso não fez com que os preços baixassem”, admite.
Miguel Oliveira, coordenador da imobiliária Projeto Perfeito, na rua 62, não esconde que o mercado de arrendamento em Espinho lida atualmente com muitos constrangimentos e admite que a agência foi obrigada a optar por soluções estratégicas. “Temos tido dois ou três apartamentos para arrendar por mês, o que é muito pouco, comparativamente ao que tínhamos no passado. A procura é tanta que optamos, estrategicamente, por tentar, em primeiro lugar, dar resposta aos clientes que já temos em carteira em vez de os colocar disponíveis online. Sabemos que colocando um apartamento online, vamos ter, num dia, entre 40 a 50 pedidos para ver o imóvel. Isso, às vezes, acaba por criar alguns conflitos porque toda a gente quer ficar com o apartamento”, revela Miguel, explicando que há o cuidado de ver se algum cliente se enquadra no perfil do arrendamento.
Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 02 de março de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€