Estádio municipal: “Informações contraditórias” entre presidente da Câmara e chefe de gabinete

O presidente da direção do SC Espinho, Bernardo Gomes de Almeida falou na Assembleia Municipal (foto: Francisco Azevedo)

O presidente do SC Espinho, Bernardo Gomes de Almeida, confrontou o Executivo da Câmara,na Assembleia Municipal, sobre o andamento das obras do estádio municipal. O dirigente usou o tempo reservado ao público para pedir explicações para o que classifica como “informações contraditórias” prestadas pela presidente da Câmara e pelo seu chefe de gabinete.

Segundo Bernardo Gomes de Almeida, a autarca espinhense havia afirmado, numa reunião que teve na segunda-feira com o clube que “a obra do estádio municipal estaria a andar, de acordo com um cronograma que aponta o final dos trabalhos para setembro de 2023″ e que poderia “verificar-se apenas um ligeiro atraso na obra devido a um estudo técnico” entretanto encomendado pela Câmara.

De acordo com o dirigente, logo após a reunião e já “fora dos Paços do Concelho, num restaurante da cidade, diante das mesmas pessoas, o chefe de gabinete da presidente da Câmara, que estava presente na reunião anterior, dirigiu-se a nós garantindo que a obra está parada e só lá estão dois ou três funcionários a disfarçar, que não há dinheiro, que há um problema insolúvel de dotação orçamental, sendo que até poderá ser necessário um novo concurso público com um novo orçamento, para a conclusão do estádio municipal”.

Bernardo Gomes de Almeida revelou aquilo que considerou como uma “proposta disparatada” que foi feita pelo chefe de gabinete da presidente da Câmara, Nuno Cardoso. Segundo o dirigente tigre, o assessor propôs que “a Câmara entregaria a obra ao clube no estado atual e seria o clube a ter de resolver o problema da construção do estádio”. E acrescentou: “sugeriu até um sócio para essa empreitada, ligado a uma empresa de construção”.

O presidente do SC Espinho considera “estranho” aquelas “informações desencontradas” que lhe “foram transmitidas com uma diferença de minutos” e que “esta posição, a ser verdadeira, compromete projetos recentes apresentados aos sócios e o próprio futuro do clube”.

Para o dirigente “o que se está a passar é manifestamente grave e deverá ter consequências” e, por isso, garantiu que o clube irá tomar providências. “Ninguém pode brincar com o Sporting Clube de Espinho que é uma instituição centenária com estatuto de utilidade pública”, sublinhou garantindo que o clube está disposto “a ir até às últimas consequências legais e judiciais para esclarecer esta situação”.

Em resposta ao presidente do SC Espinho, Maria Manuel Cruz prometeu “dar explicações no local próprio” apontando para “a próxima semana”.

Por sua vez, o líder da bancada do Partido Social Democrata (PSD), Paulo Leite mostrou-se “estupefacto” e questionou se seria verdade que “alguém que está junto da presidente da Câmara dá uma indicação diferente daquela que aconteceu na reunião”.

Por sua vez, o vogal do Bloco de Esquerda, João Matos, considerou aquilo que ouvira como “grave”, deixando-o “perplexo”. O bloquista defendeu que tudo aquilo não será “condizente com princípios de conduta transparentes e nada respeitador daquele que é o órgão que representa toda a população de Espinho”.