A par com a música, as motas são uma das grandes paixões de Pedro Monteiro (Fotografia: Sara Ferreira)

Pedro Monteiro é organista, maestro e teórico. Nasceu em Vila Real de Santo António, mas tem com a cidade de Espinho uma relação de bastante proximidade.

Já foi maestro assistente da Orquestra Clássica de Espinho, mas hoje dá aulas na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo.

O que o fez enveredar pela música?

Foi sobretudo a educação que tive por parte do meu pai que, não sendo músico e uma pessoa particularmente instruída, adorava ler e ouvir musica clássica à noite. Ainda sou do tempo em que só havia dois canais de televisão, por isso, que se fazia à noite era ver um pouco do telejornal e, logo a seguir, o meu pai ia para a sala ouvir música. Um pouco de jazz, mas sobretudo música clássica. Sempre fui ouvindo música e as coisas foram acontecendo de forma natural.

É natural de Vila Real de Santo António. O que o traz a Espinho?

Tenho ligações familiares em Espinho e, além disso, já trabalhei em projetos da cidade. Apesar de não residir cá, venho sempre duas ou três vezes por semana a Espinho, pois também tenho uma paixão por motas, algo que me leva a frequentar com regularidade a Backdoor.

Trabalhar na cultura e neste ramo da música é complicado?

Muito. É algo de que se fala já como uma característica sistémica da nossa cultura mediterrânica, mas sobretudo portuguesa. É precisamente uma ausência da educação para a cultura. Somos o país da União Europeia que menos gasta com cultura e nós, portugueses, somos os piores consumidores culturais. Logicamente, isso torna tudo bastante difícil.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 30 de março de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€