Fotografia: DR

O novo treinador da equipa de hóquei em patins sénior da Associação Académica de Espinho, António Pinto, alcançou uma vitória importante ante a Sanjoanense, equipa que estava no terceiro lugar da tabela. Uma chicotada psicológica que trouxe pontos. O técnico, que é também vice-presidente do clube, quer apostar na formação e, ao mesmo tempo, assegurar a permanência da equipa do Mocho no escalão secundário.

António Pinto assegura que o principal problema que a equipa de hóquei em patins sénior tinha “era uma questão meramente emocional”. “Os jogadores estavam demasiadamente desgastados animicamente porque não apareciam vitórias e resultados positivos”, explica, acrescentando que fruto da necessidade de pontuar, “havia uma ansiedade que se traduzia em jogo em situações faltosas, discussões com os árbitros, ou seja, muitas coisas periféricas ao jogo de hóquei e que não importavam para nada. Havia, portanto, um défice de atenção e de atitude”.

Quando pegou no conjunto teve a preocupação em “criar uma equipa, não a fraturando, mas aglutinando-a”. Foram incluídos alguns jovens da formação no trabalho dos seniores para “dar algum sangue novo”. “Fomos conseguindo que a equipa respirasse outro ar em termos anímicos, o que é algo que se tem repercutido no próprio jogo”, dá nota o técnico sublinhando que os jogadores “já não jogam para eles próprios, mas fazem-no para a equipa”.

Num processo que está ainda a ser explorado pois “não há soluções ou fórmulas que possam resolver os problemas. O trabalho diário é que vai ditar o futuro”.

Para o técnico “é preciso desmontar a formatação que os jogadores trazem e faze-los pensar num projeto coletivo e comum. Estamos a consegui-lo aos poucos”, afirma.

Pensar jogo a jogo até ao final do campeonato

António Pinto reconhece que as três semanas de paragem no campeonato, antes da vitória com a Sanjoanense, “conseguimos trabalhar um bocado todos os aspetos que importam. Por isso, acredito que as coisas estão a começar a ir ao sítio”.

Faltam cinco jornadas para o final do campeonato e o treinador academista não quer que a sua equipa passe de “coitadinha a campeã”. “Não se consegue mudar de uma semana para a outra a classificação. É um processo evolutivo”, explica.

Neste momento, o foco da Associação Académica de Espinho está na manutenção. Contudo, o técnico garante que quando foi convidado para desempenhar a tarefa não colocou isso como uma condição. “Estamos empenhados em que não aconteça uma descida”, afirma.

António Pinto não irá “fazer cedências” e está convicto de que “se tiver de por de parte alguém” que fá-lo-á. “A prioridade é a equipa e são os interesses da Académica de Espinho que têm de ser salvaguardados. Não haverá projetos individuais, mas sim um coletivo”, vinca o treinador dos academistas, convicto de que os seus jogadores “estão a abraçar a ideia” e que, “finalmente acordaram para a realidade”.

Artigo completo na edição de 27 de abril de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.