Ricardo Leite com alguns atores da série (Fotografia: Sara Ferreira)

Capitães do Açúcar, a série atualmente transmitida na RTP, foi realizada pelo espinhense Ricardo Leite. Com várias cenas gravadas em Espinho, principalmente nas imediações da Nave Desportiva, o produto final chegou este mês à televisão. À Defesa de Espinho, Ricardo Leite não esconde o orgulho e revela que pretende voltar a filmar na sua cidade.

Como surgiu a ideia de realizar esta série?

Esta série começou há quatro anos. Estes processos são sempre muito demorados, mas a ideia inicial partiu do Tiago Sarmento que é um dos três criadores, juntamente comigo e com o Tiago Correia que é o encenador e argumentista. Juntamo-nos e começamos o processo de criação da peça que parece que fala muito sobre o universo das drogas, mas que, na realidade, aborda a nossa nova geração e a aquela condição em que muitos jovens são obrigados a viver com os amigos para subsistir.

Uma realidade atual…

Sim, mostrando que é preciso dividir contas, que é preciso viver uns com os outros e neste caso, a série mostra que eles estão todos em processo de formação, ou seja, estão na universidade e acabam por se descobrir uns com os outros enquanto estão nesse processo.

Esta realidade foi o ponto de partida para a criação da série?

Sim, a base começou aí. No início, quando começamos a discutir este trabalho, uns dos pontos de partido foi o texto do Jorge Amado, os Capitães da Areia que até tem esta analogia aos Capitães do Açúcar porque tal como os capitães da areia, os jovens da série não têm relação com a família. Não são órfãos, mas têm uma cisão com as figuras parentais. A ideia começou por aí.

Porquê gravar em Espinho?

Eu sempre gostei de filmar em Espinho. Sou espinhense e tento sempre ao máximo estar dentro dos espaços em que me sinto confortável. A série passa-se quase toda no Porto, mas há um momento em que aqueles jovens têm que sair do local onde se encontram porque estão a ser ameaços por um mafioso a quem estão a dever tanto a substância, como o próprio dinheiro. Então eles acabam por fugir do Porto e param em Espinho, enquanto estão a tentar perceber o que vão fazer a seguir.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 25 de maio de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€