Safetynor sem espaço junto à zona balnear

Foto: Francisco Azevedo/Arquivo

A falta de nadadores-salvadores no país poderá vir a ter reflexo em Espinho. Para já, a Safetynor (Associação de Socorro e Apoio Marítimo) com sede em Espinho, deverá garantir a vigilância das praias, tendo já assegurado o contrato com as juntas de freguesia de Silvalde e de Paramos. As negociações com os concessionários poderão estar concluídas até ao final desta semana. Mas falta um espaço, no apoio à vigilância, que em finais de abril o Município optou por retirar à empresa.

A Safetynor teve de entregar à Câmara Municipal em abril passado o espaço que ocupava para guardar material e que servia de apoio à sua atividade nas praias durante o verão

A falta de nadadores-salvadores é uma das grandes preocupações da Safetynor. No entanto, a associação garante que terá os meios “necessários e adequados” para assegurar a vigilância das praias do concelho de Espinho, caso chegue a um acordo com os concessionários.

À semelhança do resto do país, formar nadadores não foi uma tarefa fácil. “Este ano procurámos realizar um curso de nadadores-salvadores em Espinho, mas tal não foi possível porque encontrámos imensas dificuldades, nomeadamente quanto à cedência de piscina”, dá nota o responsável pela Safetynor que acabou por conseguir a realização do curso em Lourosa, com o apoio do município de Santa Maria da Feira. “Se não houver formação não haverá nadadores-salvadores e, neste caso, para conseguirmos mais alguns elementos, tivemos a necessidade de recorrer a um equipamento num outro concelho”, acrescenta Álvaro Brandão. “Santa Maria da Feira abriu-nos as portas e não nos complicou a vida”, sublinha.

Para o curso de nadadores-salvadores que se realizou em Santa Maria da Feira entre 4 de abril e 9 de maio deste ano, inscreveram-se 25 candidatos, mas nove elementos reprovaram nas provas de admissão. Dos 17 que frequentaram o curso, oito reprovaram no exame final (uns na prática, outros na prova escrita e outros na prova oral). “Dos 11 elementos que tiveram aproveitamento no curso, seis estavam comprometidos com concelhos vizinhos. Dos novos elementos que não tiveram ainda colocação estou a tentar incluí-los no nosso grupo”, constata o responsável pela Safetynor.

Para prestar este serviço aos concessionários e aos munícipes, Álvaro Brandão considera fundamental “criarem-se condições” para a época balnear decorrer com tranquilidade. “A escassez de nadadores-salvadores é grande e se quem os contrata não pretende pagar um valor justo, pior será a situação porque muitos destes jovens não estão dispostos a sacrificarem-se como antigamente. Ninguém quer vir trabalhar com esta responsabilidade, com um pagamento correspondente a quatro ou a cinco euros por hora”, dá nota. “Se os concelhos a norte ou a sul de Espinho tiverem melhores condições financeiras não tenhamos dúvidas de que os poucos nadadores-salvadores que temos irão para lá”, afirma.

“Estamos a tentar, com grande esforço, que a vigilância das praias de Espinho esteja assegurada. Entregámos um plano à Capitania do Porto do Douro e estamos a aguardar a aprovação por parte da Autoridade Marítima para que possamos encerrar o processo junto dos concessionários”, explica Álvaro Brandão.

Artigo completo na edição de 1 de junho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.