Anta e Guetim: Petição pública contra traçado da Linha de Alta Velocidade

Foto: Francisco Azevedo

A Junta da União das Freguesias de Anta e Guetim criou uma petição pública, que poderá ser subscrita online, contra o traçado da Linha de Alta Velocidade (LAV). Um documento que visa “repudiar, nos moldes apresentados, as intenções do Governo” em relação ao traçado.

“Anta e Guetim dizem não ao traçado da Linha Alta Velocidade Porto-Lisboa”, é o título da petição pública online que é dirigida à Assembleia da República. “Um processo desta envergadura é político e não técnico”, evidencia o texto da petição, acrescentando que “é a ‘pólis’, a população, que se deve sobrepor em qualquer decisão”.

A petição pública pretende “manifestar o profundo descontentamento e discordância da população de Anta e Guetim com as soluções de traçados propostos para a LAV na freguesia” e apela às entidades políticas que “desloquem o traçado mais para nascente”, onde se considera existirem “corredores menos ocupados territorialmente por habitações, parques e linhas de água”. Por isso, “exige-se que se procurem outras alternativas a nascente, ocupando terrenos desocupados, que respeitem o ambiente, a comunidade local e os princípios do desenvolvimento sustentável”.

Contrariando o que foi explicado na sessão pública organizada pela Câmara Municipal, para a promotora da petição, todas as alternativas de traçados apresentados para consulta pública “têm um preço demasiado alto para as freguesias de Anta e Guetim, já bastante cortadas por grandes infraestruturas nacionais, como as autoestradas A29 e A41, que reduziram a área útil das freguesias”.

O documento refere, ainda, que os traçados “põem em causa a qualidade de vida dos antenses e guetinenses, pelo que trazem fortes impactos a nível ambiental, social e económico”.

A Junta de Freguesia diz que os traçados propostos “irão destruir o parque da Picadela, uma grande mancha verde na região, conhecida e catalogada pela sua rica diversidade de flora e fauna com espécies únicas, espaço vibrante, de fruição livre e pedagógica”, tratando-se, também, de uma zona que é considerada “um refúgio natural, sendo um dos principais atrativos da freguesia”.

A passagem da LAV, de acordo com o texto, “colocará em causa toda a configuração da paisagem e do próprio território”, acrescentando que “será afetada a ribeira da Gaiteira e a ribeira de Silvalde, assim como a zona do Peso, que também oferece um raro contacto da população com a natureza, que será perdido pela passagem da linha férrea e da construção de um gigantesco viaduto, criando uma ferida eterna no equilíbrio paisagístico da freguesia”.

Artigo completo na edição de 17 de agosto de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.