Autarquia pretende criação de apartamentos e um museu nos dois quartéis desativados. Projeto contraria decisão de impedimento de oneração de 2017 pela Assembleia Municipal e deixa população com opiniões distintas.

O tema gerou bastante polémica durante a semana passada após a mudança de uma deliberação da Assembleia Municipal (AM) referente a 2017. A autarquia pretende construir apartamentos para jovens no desativado quartel de bombeiros em frente à Igreja Matriz e um espaço museológico no edifício da rua 16. No entanto, segundo a antiga deliberação, que nasceu a partir de uma proposta da CDU, com o apoio do PS, estes deveriam ser preservados para a memória e homenagem das extintas associações humanitárias, não podendo, por isso, a sua oneração ou alienação.

Contactado pela Defesa de Espinho, Aires Poças, presidente da direção dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho, remete “à politica o que é da política”, afirmando que enquanto presidente quer manter-se “apartidário”, não se querendo “imiscuir em assuntos da política”. No entanto, Aires Poças deixa um apelo: “que os políticos sejam ponderados e não usem os bombeiros para atingirem determinados objetivos”. Já Pedro Louro, comandante da corporação, afirma que “esta é uma questão entre a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal”.

Carlos Padrão, antigo presidente da assembleia geral da extinta Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Espinho, diz não querer envolver-se na decisão política, mas revela que, na sua opinião, o local escolhido para a instalação do museu deveria ter sido outro. Para Carlos Padrão, “o edifício em frente à Igreja Matriz reúne outras condições”, nomeadamente pelo enquadramento envolvente. “Um museu frontal a uma igreja centenária, com um jardim e movimento teria, a meu ver, uma representação mais digna”.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 5 de outubro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€