Foto: Sara Ferreira

Este mês está tradicionalmente ligado à chegada de emigrantes e turistas ao nosso país, o que poderá indiciar um aumento de clientela no comércio local. No entanto, em Espinho, a tendência não é essa, apesar de haver exceções.

A saúde de um negócio está, por vezes, dependente de tendências, estações ou meses do ano. Dezembro é sinónimo de compras de Natal, enquanto agosto é sinónimo de uma maior procura de pessoas que venham de fora, sejam elas estrangeiras ou emigrantes que retornam durante o oitavo mês do ano.

A juntar às variações que os diferentes meses podem trazer, a própria matéria-prima que irá ser comercializada é um fator que ajuda a compreender qual é a força de cada negócio nesta altura do ano. Deste modo, será interessante compreender como está o fluxo comercial em diferentes estabelecimentos de Espinho, para tentar compreender se este é um mês vantajoso pela procura que vem de fora ou se isso acaba por não se verificar, pela ausência de clientes habituais, que possam estar de férias.

No caso da loja de vestuário para homem, Viadoze, localizada na rua 12, o negócio não costuma ser diferente nesta altura do ano. Miguel Carvalho, gerente, conta que o estabelecimento está aberto durante todo o ano, excetuando aos domingos, e que não nota qualquer tipo de diferenças entre agosto e restantes meses, nem mesmo com o poder de compra dos emigrantes.

“Agosto não é um mês que me traga nada de especial. A emigração já não é feita nos mesmos moldes. Por vezes, nota-se mais a influência de turistas no negócio, apesar de existirem alguns emigrantes a comprar cá”, revela Miguel.

O impacto destas compras de verão não é diferenciador, o gerente acredita que a vinda de turistas estrangeiros e emigrantes para Espinho tem muito mais força no setor hoteleiro, “porque são obrigados a consumir”.

No caso das compras de roupa, Miguel Carvalho revela que, apesar de contar com o contributo de alguns emigrantes, que já são clientes habituais, o negócio não vislumbra grandes aumentos porque “quem vai de férias, não vai para fazer compras”.

Miguel Carvalho nota uma pequena quebra no poder de compra, devido a situações como o aumento do crédito habitação, reparando que “mesmo quem tem dinheiro retrai-se” e que o facto de agosto trazer um tipo de cliente diferente, não é isso que faz a diferença.

Se o negócio não se altera muito no caso da Viadoze, o mesmo não se pode dizer em relação à Moveis & Coisas, loja de retalho situada na rua 23. Segundo Rosa Maia, gerente da loja, agosto é o mês mais parado, pois “há muitas pessoas na rua que não compram”.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 24 de agosto de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€