Escola Domingos Capela está a ‘afundar-se’

Fotografia: DR

A situação que se vive na Escola Domingos Capela é verdadeiramente dramática e preocupante. Além dos problemas que se vinham sentido com o frio nos últimos anos, agora chove dentro da escola. O pavilhão gimnodesportivo e a claraboia por cima da escadaria no edifício principal são os problemas mais graves. Professores e alunos querem que se resolvam os problemas até que a (anunciada) requalificação tenha início.

A situação agravou-se e despoletou, com as recentes chuvas, um movimento que reclama obras na Escola Domingos Capela, de forma a que existam as condições mínimas para as aulas. O Município de Espinho já tem conhecimento de todos os problemas, mas aguarda o financiamento para a requalificação. Alunos e professores apelam a que algo seja feito e temem que um dia possa haver uma tragédia.

Inaugurada em outubro de 1996, a escola silvaldense apresenta sinais claros de idade. As persianas das salas não funcionam e o quadro elétrico e todo o sistema está obsoleto, o que não permite que se liguem aquecedores no inverno. A chuva intensa criou ‘rios’ nos corredores e o pavilhão desportivo mete água por todos os lados. Mais de duas centenas de alunos, professores e funcionários trabalham em condições, no mínimo, complicadas.

“Neste momento estamos numa situação degradante e não temos condições para estar ali. Estamos a por a vida em perigo de quem está lá”, afirma um professor que pediu anonimato.

“Gostaria que acontecesse alguma coisa no edifício com os temporais, mas que isso fosse de noite, sem ninguém dentro da escola. Penso que só desta forma iriam compreender e darem-nos algumas respostas”, diz a mesma fonte.

“Este ano, a situação piorou, sobretudo o pavilhão que se encontra muito mais degradado. Chove lá dentro e o curso de desporto não está a ter aulas práticas. Isto é inadmissível”, salienta.

O docente garante que a Câmara Municipal “está a par de tudo” e que os autarcas até “ficam melindrados por se enumerarem todos os problemas que vão surgindo”, revela acrescentando que “as condições do edifício da Escola Domingos Capela são degradantes”.

Segundo a nossa fonte, “a escola é antiga, é muito fria e não tem qualquer tipo de aquecimento. No ano passado havia o cuidado de deixar as portas abertas por causa da humidade, para que o chão não ficasse escorregadio. Este ano a água entra por todos os lados”, aponta.

O docente diz que “os fios elétricos está à vista” e que de vez em quando não têm luz dentro das salas de aula. “O sistema elétrico está a colapsar com a humidade e ninguém lhe põe a mão”, critica.

“Há mais de cinco anos que não podemos ter aquecedores elétricos ligados dentro das salas de aula porque o sistema não aguenta e os miúdos chegaram a levar mantas por causa do frio”, dá nota.

“Tem de se encontrar uma solução equilibrada. Ninguém sabe o que se passa, nem quais são as ideias que o Município de Espinho tem para resolver o problema. Não sabemos se iremos continuar a trabalhar nestas condições até chegar o financiamento e o respetivo concurso público”, termina.

Alunos alertam para a situação preocupante

Tiago Santos, aluno do 8.º ano que já lá está desde o 5.º ano, foi um dos alunos que divulgou nas redes sociais algumas das imagens das inundações e dos problemas da escola. Afirma estar “muito preocupado por não se fazer nada”.

“A escola está cheia de fissuras e de buracos por onde entra a água da chuva. Chove dentro do pavilhão desportivo e não podemos ter aula de educação física. O chão do edifício principal fica todo molhado porque o telhado está rachado. A água da chuva chega a descer pelos degraus de umas escadas e o rés-do-chão fica todo molhado”, diz o aluno, acrescentando que “chega a entrar a água em algumas salas de aula”.

Segundo o estudante, “uma claraboia por cima da escadaria mete água e isso fez com que ficassem os corredores inundados” como se pôde verificar através dos vídeos.

As infiltrações acabam por ser apenas um dos muitos problemas que a infraestrutura apresenta. “As persianas das salas estão avariadas e na minha sala de aula, uma caiu e está no exterior”, conta.

Artigo completo na edição de 2 de novembro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.