Espaço de plantações é um verdadeiro jardim encantado no meio da cidade. Além de ser morada de nove gatos que ali encontraram um local seguro para viver, o terreno, partilhado por alguns cultivadores, serve também como lugar de convívio e partilha.
Um terreno, entre as ruas 15, 30 e a avenida 32, tem sido, há muitos anos, abrigo para vários gatos abandonados. No entanto, o espaço serve, igualmente, como horta comunitária e como um “cantinho de paz”, descreve Carmen Martins, a responsável do local, desde a morte da irmã, Ana Maria.
“Este era um espaço cultivado, antigamente, por uma senhora, mas a determinada altura tornou-se demasiado grande e, por isso, começou a perguntar a algumas pessoas se queriam também trabalhar a terra e, assim, dividir, o terreno. A minha irmã aceitou e começou a cultivar aqui, sobretudo flores”, conta Carmen, explicando que decidiu dar continuidade ao trabalho, dedicando hoje muito do seu tempo livre ao terreno e ao cultivo de legumes. “Quando a minha irmã faleceu dei continuidade, pois era preciso alimentar os gatos, não podia simplesmente ter isto ao abandono. Aí comecei a perceber a ligação que ela tinha à terra porque agora também a tenho”, admite.
Quando assumiu a tarefa que pertencia à irmã, Carmen Martins teve oportunidade de, ganhar uma paixão, e, ao mesmo tempo, dar-lhe um novo rumo. Professora e habituada a lidar com os alunos, inspirou-se num programa de televisão para transformar o local. “O meu objetivo é ter uma horta biológica e conseguir receber crianças da pré-primária. Quero que eles venham cá conhecer o espaço, que apanhem os legumes da terra e que eu possa fazer-lhes uma sopa com esses legumes, pois o intuito é que eles entendam de onde vêm os alimentos”, diz Carmen, revelando que será na sua reforma, dentro de poucos anos, que o projeto será implementado.
Artigo disponível, na íntegra, na edição de 21 de dezembro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€
