Apoios de pesca estão a meter água e a apodrecer

Fotografia: Francisco Azevedo

Entregues em 2015 aos pescadores, os apoios de pesca estão sem qualquer tipo de manutenção e encontram-se em elevado estado de deterioração. Há armazéns que estão a meter água pelo telhado e as estruturas que os sustentam estão enferrujadas. No exterior, as madeiras estão a apodrecer por ausência de tratamento e algumas das tábuas do piso estão partidas.

Sem grandes surpresas, tudo o que é ferro está com ferrugem, as caleiras estão podres e os telhados apresentam fissuras que deixam entrar a água da chuva, afetando os materiais de trabalho que os pescadores guardam nas arrecadações. Já lá vão quase 10 anos desde a inauguração e os armazéns dos apoios de pesca não tiveram qualquer tipo de manutenção.

Sandro Ferreira e Adelino Ribeiro utilizam, diariamente, os apoios de pesca (fotografia: Francisco Azevedo)

Adelino Ribeiro é o dono da única companha que existe, atualmente, em Espinho e recebeu o armazém em 2015. Tem ao serviço da sua companha 14 pessoas, uma embarcação que está, neste momento, a ser reparada e dois tratores.

“Está tudo podre, cheio de ferrugem porque não houve, até agora, qualquer tipo de manutenção”, lamenta Adelino Ribeiro, acrescentando que “a água da chuva entra para o interior, no local onde temos o barco e os tratores e na zona do escritório”.

Adelino Ribeiro diz que não sabe qual será o futuro da sua companha porque “são cada vez mais as dificuldades para a pesca” e acredita que o Município de Espinho “vai tentar resolver o problema com as infraestruturas dos apoios de pesca”. “Prometeram fazer as reparações, mas estou na expectativa. Todas as Câmaras Municipais nas terras onde se pratica a arte xávega apoiam esta arte de pesca tradicional. Por isso, acredito que o nosso Município também o irá fazer porque a presidente garantiu que isso iria acontecer”, sublinha.

Água das chuvas cai no interior


Sandro Ferreira tem um dos apoios de pesca há cerca de quatro anos e trabalha com embarcações de pesca artesanal. O espaço ocupado para guardar o material há muito que reclama por manutenção e o telhado é o que mais o preocupa. “Há vários problemas com o estado de deterioração dos materiais do edifício, mas o mais preocupante é o próprio telhado, que precisava de uma estrutura nova e de ser pintado. Isto verifica-se em todos os armazéns e não só no meu”, diz Sandro.

Segundo o pescador, “a estrutura dos armazéns já foi pintada uma vez, mas fizeram-no por cima da ferrugem e não ficou em condições. Em pouco tempo a tinta saiu e a ferrugem está toda à vista”, critica.

Artigo completo na edição de 11 de janeiro de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.