Lourenço Ventura regressou à Académica (AA) de Espinho, clube onde se formou para a modalidade, no último verão. Depois da uma passagem na formação do FC Porto, o jovem espinhense vem determinado em voltar a ver o seu clube na 1.ª divisão.
Como começa o seu percurso no hóquei?
Começou numa conversa que aconteceu num jantar entre amigos, onde estava o meu pai. Nesse dia, descobri que o meu pai tinha praticado hóquei em patins e que um dos amigos dele, o Vítor Hugo, que também era meu vizinho, tinha um filho da minha idade.
Isso acabou por ajudar…
Obviamente. O filho dele começou a patinar e, na semana seguinte, convidou-me para ir com ele. Foi com esse amigo que joguei todos os anos durante a minha primeira passagem na AA Espinho.
Que idade tinha?
Tinha 7 anos quando entrei no clube, em 2011.
O seu pai jogou na AA Espinho?
Não, jogou no Valadares, que já não existe.
Ainda assim, a vizinhança com o Vítor Hugo acaba por influenciar…
Também. Nos treinos, havia sempre alguma entreajuda e os nossos pais estavam sempre a ir-nos buscar e levar aos treinos. Ainda hoje, somos vizinhos e continuamos a dar-nos muito bem.
Entra no clube em 2011 e fica lá até quando?
Fiquei até aos 14 anos, ou seja, até 2018.
Depois segue para o FC Porto. Como é que se deu essa mudança?
Já tinha havido algum interesse por parte do FC Porto em épocas anteriores, mas a minha vontade, na altura, era permanecer na AA Espinho. Queria ficar por vários fatores, desde amigos, treinador, ao facto de estar perto de casa, o que acaba por ser também um fator muito importante na vida de um estudante.
Na altura, estudava em Santa Maria de Lamas e jogar em Espinho era mais prático.
Ainda assim, acabei por aceitar o convite do FC Porto, porque achei que seria um passo importante na minha evolução.
Nas épocas que se seguiram, destaco a primeira, porque superou as expectativas, sem dúvida nenhuma. Aprendi muito como jogador e, também, como pessoa.
A AA Espinho sempre foi uma forte hipótese por várias questões. Primeiramente, pelo carinho que sinto pelo clube
Como é que um miúdo se sente ao receber uma proposta de um clube como o FC Porto?
Nas primeiras abordagens, quando era bastante novo, fiquei fascinado e até houve algum deslumbramento da minha parte. Fiquei sem saber o que fazer e os meus pais ajudaram-me a tomar uma decisão. Naquele momento, em que aceito a proposta, vi isso como um objetivo. Portanto, já não foi como um sonho, propriamente, mas sim um objetivo de progredir como jogador, algo racional para a carreira.
Apesar desse lado, também houve uma componente emocional porque o FC Porto sempre foi um clube de que gostei muito.
Porque decidiu sair do FC Porto e ir para a AA Espinho?
A AA Espinho sempre foi uma forte hipótese. Na minha mente, sempre foi uma forte hipótese por várias questões. Primeiramente, o mais lógico, pelo carinho que sinto pelo clube.
Embora ainda esteja a estabelecer esse estatuto, sempre tive em mente que, quando chegasse ao patamar sénior, queria ajudar o clube. Por isso, esse foi o primeiro fator.
O segundo é, obviamente, a proximidade de casa e isso é algo que tem uma forte preponderância na altura da decisão de um estudante universitário.
Relativamente à saída do FC Porto, acabou por se juntar o útil ao agradável, na medida em que a equipa B tinha sido terminada, por escolha da direção.
Tendo em conta esse acontecimento e a minha vontade de voltar à AA Espinho, deu-se a combinação perfeita, digamos assim.
Artigo completo publicado edição de 1 de fevereiro de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€1.
- Até 31 de março de 2024 ↩︎