Vítor Oliveira, de 45 anos, é o novo presidente da direção da Banda Musical S. Tiago de Silvalde, um desafio que assumiu no mês passado, depois da demissão em bloco da direção anterior. A Defesa de Espinho esteve no primeiro ensaio da coletividade silvaldense e conversou com o novo responsável.

O que o levou a assumir este desafio?

Esta é uma casa que me diz tudo porque cresci aqui como músico. Comecei a tocar na banda com nove anos e desde então estive sempre ligado, apenas com algumas breves pausas, assumindo também a função de vogal e de presidente do conselho fiscal em outras direções. No ano passado optei por sair, deixando de ser músico porque queria fazer uma pausa. No entanto, a situação em que se encontrava a banda estava a mexer comigo.

Que situação era essa?

A situação da banda era notória, havia alguma instabilidade e os músicos estavam descontentes. Foi uma fase negra e acho que foi uma das piores que a banda já passou. Não me quero alongar muito nesse aspeto, até porque não estava cá. No entanto, sempre me foram dizendo que o ambiente que se vivia era tenso entre direção e músicos e também desmotivador, chegando a um ponto, já numa fase final, em que foram marcados ensaios e os músicos não apareceram. A casa estava ruída porque a matéria prima da banda são os músicos. Não conseguiram entender- se e daí nós termos tomado a decisão de tentar ajudar.

Foi algo inesperado?

Pensei muito em tomar esta atitude. Tinha-me afastado para ganhar mais tempo na minha vida pessoal, não me via neste papel, mas perante tanto encorajamento de outras pessoas percebi que se era agora que a banda precisava, então devia tentar ajudar. Quando conversava com algumas pessoas, diziam-me que se devia fazer alguma coisa. Então decidi encontrar um grupo de pessoas que sempre estiveram ligadas à casa.

Só assim fazia sentido?

Achei que devia ser uma equipa que percebesse a casa, que sentisse as dificuldades e aquilo que os músicos e os sócios precisam para estarem motivados. Decidi que a minha visão seria essa, encontrar pessoas que percebessem, que gostassem disto para avançar. Prontamente, aceitaram todos o meu convite.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 22 de fevereiro de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€