Deixou Espinho aos 18 anos, mas nunca perdeu a ligação à terra natal. Fotografia Sara Ferreira/DE

Esteve toda a vida ligado ao mundo da estatística e, em certa altura da carreira, chocou-se com a perda populacional que assombra a cidade que o viu nascer. Joaquim Maia Gomes lançou-se ao trabalho e foi à procura das razões para que tal tenha acontecido. Para o economista, Espinho é um cisne negro e explica-o porquê ao longo do seu livro. A apresentação está marcada para 13 de abril na Biblioteca Municipal.

Que memórias tem da sua infância em Espinho?

Desde logo, tenho uma memória péssima relativamente ao Colégio São Luís. Havia um professor que batia, que dava reguadas que era o José Marmelo e Silva. Eu repudiava isso. Não aceitava que me batessem, por isso fugia às aulas. Por outro lado, gostava muito de Espinho que é hoje muito diferente daquele tempo. De modo geral, há uma nostalgia do passado, hoje chego cá e vejo, por exemplo, que no local onde antigamente existia uma casa, agora é outra coisa. Aquilo onde nos fizemos já não existe. Mas o que existe hoje é muito melhor.

O espinhense ainda está muito intimamente ligado a essa nostalgia do passado?

As pessoas falam do enterramento da linha e do antigo Picadeiro, porque havia uma grande concentração da juventude. Tive a oportunidade de ler os testemunhos de algumas figuras espinhenses que foram expostas ao longo da rua 8, por altura do 50º aniversário da cidade e aquilo que me apercebi é que as pessoas já não avaliavam o que tinham e o que existe agora, mas sim a nostalgia da juventude perdida. Tudo é uma tristeza comparado com aquele tempo. Diz-se muito aquela frase de que no meu tempo é que era bom.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 4 de abril de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€