A mudança da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Anta, do largo do Souto para a antiga escola, hoje desativada, na Ponte de Anta continua a gerar controvérsia, tal como se verificou na sessão extraordinária da Assembleia Municipal (AM), realizada na passada quarta-feira, dia 8 de maio.
Depois de uma Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Anta e Guetim que, em dezembro, originou uma moção conjunta entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) para a manutenção da unidade no local onde se encontra, o documento chegou ao debate da AM com a apresentação de várias propostas, mas com a aprovação de apenas uma que, muitos vogais, acreditam “não dar em nada”.
Depois de uma longa discussão, Nuno Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Anta e Guetim, que sempre se mostrou desfavorável ao projeto no que diz respeito à nova localização, apresentou, já quase ao final da noite, uma proposta à Câmara Municipal para que, “no âmbito das suas competências na área da saúde, estude e apresente defesa junto das autoridades de saúde (ACES, unidade local de saúde, ARS-Norte e ministro da saúde) para a manutenção da USF no edifício atual e que se crie, nas instalações a intervir no bairro da Ponte de Anta, uma extensão desta USF ou uma nova, para poder aumentar a resposta de cuidados de saúde, para não se perderem os fundos comunitários, e para que mais utentes tenham acesso a médico de família e para que a população de Guetim possa passar do centro de saúde de Espinho para o mais próximo das suas casas”.
Esta proposta, tida como uma das opções a analisar para o autarca local, acabou por ser a única aprovada da noite, tendo apenas o voto contra da CDU.
Por outro lado, a proposta do PSD, que no momento da votação ficou empatada, foi sujeita a segunda ronda de votações, obtendo, desta vez, a reprovação com 11 votos contra e 4 abstenções. No documento apresentado, os social-democratas defendem que os utentes “merecem mais e melhores cuidados na prestação dos cuidados de saúde a serem prestados em adequados e redimensionados serviços centrais”, tal como recomenda que a Câmara Municipal “reveja o procedimento que conduziu a tomada de decisão do executivo para uma solução a ser trabalhada com o executivo da Junta de Freguesia de Anta e Guetim para junto da competente CCDR e ARS Norte, e serem aparentadas e analisadas propostas alternativas à localização que foi definida”.
No decorrer da sessão, o PS entregou também uma proposta alternativa ao documento apresentado pelo PSD, mas acabou, já em cima do momento da votação, de o retirar, gerando um momento de contestação e incompreensão.