A Associação Patinhas Sem Lar corre o risco de ter de fechar as portas. Num dramático apelo através das redes sociais, a instituição dá nota da “triste realidade” financeira em que se encontra e coloca a possibilidade de não receber mais animais a partir de março.
As dívidas às clínicas já ultrapassam os 24 mil euros e os encargos da instituição, em 2023, situaram-se nos 208 mil euros, refere a publicação da Patinhas Sem Lar que critica o facto de o Município de Espinho apenas atribuir um subsídio de 25 mil euros, mais 17 mil euros das contrapartidas do jogo, um valor manifestamente insuficiente para colmatar todas as despesas que tem ao longo do ano.
“Estamos no fim do mês de fevereiro e ainda não temos qualquer informação do subsídio que nos será atribuído em 2024”, salienta a publicação da Patinhas Sem Lar, acrescentando que não poderá recolher mais animais até ter uma resposta da Câmara. “É da responsabilidade do Município a recolha, tratamento e esterilização dos animais errantes”, afirma-se na publicação remetendo todos os pedidos de ajuda para a Câmara Municipal.
Nas redes sociais, uma das responsáveis pela Patinhas Sem Lar, Ana Paula Castro, dá nota do “esforço hercúleo” que a instituição tem vindo a fazer ao longo de uma década, tentando “conciliar o apoio aos animais em risco e o pagamento das dívidas às clínicas e outros fornecedores (alimentação, medicação, etc.)”.
Ao longo de 2023, a Patinhas Sem Lar recolheu cerca de 270 animais errantes, cães e gatos saudáveis ou doentes e os gastos foram superiores a 200 mil euros, dos quais mais de 136 mil euros foram para cuidados médicos veterinários.
Por isso, os cerca de 60 mil euros que recebem de subsídios, entre os quais 25 mil euros do Município de Espinho, são manifestamente insuficientes.
Ana Paula Castro lembra que a legislação, nomeadamente “o Decreto-lei de 2016 n.º 27 de 23 de agosto, imputa aos Municípios a responsabilidade da recolha, esterilização e tratamento dos animais errantes” e que por parte do Município de Espinho apenas há um contributo com a “módica quantia de 25 000 euros”.
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