A situação já é antiga, mas este ano letivo tem incomodado particularmente quem vive no prédio junto à Escola Secundária Gomes de Almeida. Segundo os moradores, as aulas não iniciaram há muito tempo, mas já se sentem “cansados” do ambiente que se vive na entrada do edifício. Apesar da presença das autoridades do programa Escola Segura no local, o problema persiste.
Para aceder aos apartamentos, os moradores têm que passar por um túnel, composto por uma pequena escadaria, que se encontra muito próximo do portão de entrada da Escola Secundária Gomes de Almeida, entre um café e uma loja de guloseimas. Por ser a única entrada possível, os moradores têm, todos os dias, obrigatoriamente, que percorrer aquele caminho. No entanto, na maioria das vezes que o fazem, encontram jovens que impedem a passagem e trazem outros problemas.
Paula vive neste prédio há 13 anos e confessa já lidar com estas dificuldades “há bastante tempo”, mas acredita que este ano a situação se agravou. “Na minha opinião, este ano letivo piorou, não sei porquê. Na fase da pandemia melhorou porque eles foram para casa, mas quando regressaram a situação voltou a degradar-se. Eu estar a tentar sair de casa, querer abrir a porta e ter que pedir licença para poder sair da minha própria casa é muito mau”, diz esta moradora.
Com 73 anos, Manuela, outra das moradoras do edifício, afirma-se “cansada” do que tem que enfrentar todos os dias. “Moro no primeiro andar e sou uma das mais prejudicadas. Vivo no prédio há 17 anos e posso dizer que tenho medo deles. Já tentei falar com os jovens e pedir que saíssem de junto da porta, mas fui sempre maltratada. Tive o meu marido doente em casa, nessa altura ele precisava de silêncio para descansar, mas com o barulho constante que eles faziam na entrada era impossível. Mais que uma vez, desci e pedi para desligarem a música, mas ainda fui insultada”, relata com tristeza.
Artigo disponível, na íntegra, na edição de 07 de outubro de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€.