A columbofilia atravessa um período e uma fase crítica. Poucos são já os que praticam este desporto e a pandemia veio criar barreiras e, sobretudo muitas incógnitas. Os mais velhos, com receio de contágio, vão abandonando aquela que era, outrora, a sua grande paixão. Os jovens estão muito longe de olhar para a columbofilia, tendo em mão outras ocupações dos tempos livres. O sentimento é comum em três coletividades do concelho de Espinho – Grupo Columbófilo de Anta, Associação Columbófila de Guetim e na Sociedade Columbófila Andorinhas de Paramos.

“Em cada casa sim, antigamente havia um pombal. Hoje, vêem-se muitos pombais abandonados”, conta o presidente da Associação Columbófila de Guetim (AC Guetim),

José Castro, que outrora fora emigrante. Uma modalidade que, de dia para dia, vai perdendo adeptos, sobretudo porque os mais velhos não vão podendo tomar conta dos pombais e os mais novos têm outras coisas com que distrair. Ainda assim, vai havendo um ou outro caso de jovens que agarram “a paixão” e que “sentem a adrenalina da chegada dos pombos”, diz Paulo Almeida, que colabora com o Grupo Columbófilo de Anta (GC Anta) e com a AC Guetim.

Mas afinal o que aconteceu, à columbofilia desde março passado?

“Tudo parou e estivemos durante cerca de dois meses sem qualquer competição”, respondeu

António Faria. “Posteriormente fizemos alguns concursos, mas tratou-se de uma campanha muito atípica. A Associação deixou a realização de concursos um pouco ao critério das diversas coletividades”, critica, ainda, o columbófilo antense, acrescentando que “a nova época estava agendada para o início de fevereiro, mas ainda não sabemos como as coisas irão decorrer”.

“Chegamos a esta altura e não temos a campanha!” Paulo Almeida aborreceu-se com o futebol e passou a dedicar-se à columbofilia. Atualmente está envolvido no GC Anta e na AC Guetim. Diz que o grande entusiasmo não será, propriamente, a competição mas todo um trabalho desenvolvido ao longo do ano. “Para as campanhas tratamos os pombos durante aproximadamente meio ano. Criamo-los, fazemos os tratamentos de muda e as vacinações”.

“Se os jovens vissem a chegada dos pombos poderiam vir a interessar-se”, afirma Albino Varandas que é a ‘alma’ da Sociedade Columbófila Andorinhas de Paramos. Mas também para ele “os tempos são muito complicados. Tratamos os pombos na altura do defeso, desde junho até agora e quando deveríamos estar a efetuar treinos em linha limitamo-nos a fazê-lo, apenas em casa, o que não é a mesma coisa. Por isso, prevejo que esta época será muito complicada porque iremos perder muitos pombos”. O responsável pelos Andorinhas de Paramos concorda com a crise no que respeita aos praticantes mas revela que, “curiosamente, este ano, tivemos um acréscimo de três novos elementos na nossa coletividade e passamos para um total de 17 praticantes.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 21 de janeiro de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro, a partir de 28,5€.