“Vareira com orgulho”, Ana Cristina Pires, hoje com 41 anos, recorda com nostalgia a infância passada em Espinho. Foi por cá que começou a ouvir histórias de uma Lua que brilha, mas foi em São Paio de Oleiros, onde cresceu, que descobriu a importância da política. Curiosa, com interesse pela descoberta e pelo mundo que a rodeia, Ana Pires já trilhou vários mundos e coleciona várias conquistas. Foi a primeira presidente da Junta de Freguesia de São Paio de Oleiros e a primeira mulher portuguesa a concluir com sucesso o Curso de Cientista-Astronauta, no âmbito do Projeto PoSSUM (Ciência Suborbital Polar na Alta Mesosfera) apoiado pela NASA.

Atualmente, a engenheira geotécnica, é Investigadora do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC. Está envolvida em vários projetos relacionados com sustentabilidade do mar e mineração subaquática, geotecnologias e georrecursos. Continua interessada na Indústria Espacial e acredita que Portugal tem condições para dar cartas nessa a área.

É natural de Espinho. O mundo que ambicionava estudar e descobrir foi traçado ainda jovem em Espinho?

Sou natural de Espinho, sou vareira e com muito orgulho! Provavelmente este meu futuro profissional foi realmente traçado ainda jovem, sendo sempre o mar de Espinho um elemento importante que me transportava para o meu estado natural. Este mar que é meu, que é nosso, e que se tornou mais tarde até objeto de estudo científico no âmbito do meu Mestrado e Doutoramento.

Muitos momentos de infância e juventude tiveram Espinho como pano de fundo?

Ah não tenham dúvidas e Espinho ainda faz parte da minha vida como a praia ou o mar. Foi no mar de Espinho que aprendi a nadar, foi na praia de Espinho que tive as brincadeiras mais divertidas com meus irmãos. Foi em Espinho que estudei música, portanto, fez e ainda faz parte da minha vida.

O que é que a Ana Pires de hoje diria à Ana Pires desse tempo?

Diria para fazer tudo igual, sem medo de errar, ou das derrotas, ou dos caminhos mais difíceis que temos que percorrer, porque viver é isso mesmo! Viver todos os dias com paixão e intensidade, como os meus pais me ensinaram.

O sentido de aventura vem desde a infância?

Eu diria que sim, sempre gostei de explorar, de ir à descoberta, de estudar e de aprender todos os dias. Mesmo as brincadeiras com meu irmão, eram sempre nesse sentido, de ir à aventura!

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 29 de julho de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por Dentro por apenas 30€