O Município de Espinho decidiu “suspender a atividade da Feira Semanal”, mantendo, contudo, excecionalmente, “a venda de bens alimentares e produtos perecíveis” naquele espaço, na segunda-feira. Uma decisão que mereceu a contestação por parte da Associação de Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN) que representa os feirantes e que a considera de “discriminatória”.

Em declarações à Lusa, o presidente da AFMRN, Fernando Sá, diz não compreender “porque é que a Câmara está a proibir uma atividade que o próprio Governo não proibiu”, acrescentando que “a Câmara Municipal de Espinho está a começar mal o ano novo – começa mal pela sua própria decisão, começa mal porque está a estragar o início de 2022 para os feirantes e começa mal porque ainda prejudica os clientes, porque, no fundo, só está a empurrar as pessoas para os centros comerciais”.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Miguel Reis, salienta que o comércio tradicional “tem métodos de limitação de afluência que as feiras não têm, como o controlo de lotação e a exigência de certificados de vacinação” e assegura que as medidas “não foram tomadas de ânimo leve”. Segundo o autarca espinhense, “a situação epidemiológica é extremamente grave. Estamos com cerca de 300 casos ativos, a situação tem piorado muito nos últimos dias e a nossa estimativa é que ficará ainda pior na próxima semana”, sublinha o presidente da Câmara.

Miguel Reis destaca, também, que as restrições sanitárias “têm sido tomadas com base no parecer das diversas entidades que integram a Comissão Municipal de Proteção Civil”.

À Lusa o autarca espinhensre mostrou a disponibilidade da autarquia para “dialogar com os feirantes para encontrar mecanismos de apoio e compensação”.

Recorde-se que o município mantém a suspensão da atividade da Feira da Revenda e da Feira dos Peludos.

A decisão, publicada pelo Despacho n.º 30/2021 vem na sequência da “evolução epidemiológica desfavorável Covid-19 na região norte, nos concelhos limítrofes e no concelho de Espinho agravada pela variante Ómicron”.

O município irá manter encerrados todos os seus equipamentos culturais, assim como todos os equipamentos desportivos, “excetuando os períodos de treino e competições oficiais de equipas sediadas no concelho, estando sujeito a avaliação e mediante apresentação de programação de competições oficiais, listagem de atletas e corpo técnico autorizados, plano de treinos e competição e apresentação de teste negativo à Covid-19 válido no primeiro acesso aos equipamentos dentro do período estabelecido”.

Estão suspensos, também, todos os eventos e celebrações de natureza cultural, recreativa, social ou desportiva promovidos pelo Município de Espinho, assim como desfiles, festas ou manifestações folclóricas de qualquer natureza promovidas por entidades privadas que careçam de autorização municipal.