Mariana Castro: “Se o que aconteceu vier a abrir portas às treinadoras portuguesas, irei ficar muito contente”

Foto: Francisco Azevedo

Mariana Castro, aos 35 anos, foi a primeira mulher a orientar uma equipa de voleibol masculina da principal competição portuguesa. Licenciada em Educação Física, professora numa escola em Gondomar, Mariana Castro assumiu os dois últimos jogos do SC Espinho desta temporada, na Taça Federação, substituindo o treinador principal, Ricardo Lemos, que não pôde estar presente por ter nascido o seu filho. A presença de Mariana foi um feito histórico no voleibol nacional.

Treinadora-adjunta de Ricardo Lemos, na equipa sénior feminina e, mais recentemente, nos seniores masculinos, Mariana Castro não esconde o orgulho pela circunstância de ter sido a primeira mulher a orientar uma equipa de homens no topo do voleibol nacional.

“Já prevíamos que pudesse vir a orientar a equipa masculina a qualquer momento, mas não sabíamos quando isso poderia vir a acontecer”, assinala a treinadora, uma vez que isso dependia do momento em que Ricardo Lemos fosse pai.

Apesar de encarar a situação com naturalidade, Mariana assume a surpresa com o impacto histórico da situação: “nunca pensei que fosse a primeira mulher a assumir o comando técnico de uma equipa masculina na principal divisão do voleibol nacional, nem nos dias em que tive de assumir essa função, temporariamente”.

Há mais de três décadas ligada ao voleibol, por influência da sua família, a desportista começou no Ala Nun’Alvares de Gondomar e foi no clube da terra natal onde teve igualmente a primeira experiência como treinadora, aos 14 anos. Desde há quatro no clube tigre, passou a integrar a equipa masculina esta época, após a saída de Nuno Coelho, e, ainda que tenha acompanhado os jogos, assume que ficou a conhecer melhor os jogadores “nestes dois últimos jogos”, com a presença no treino. “Sou uma aquisição muito recente naquela equipa técnica e, por isso, não tinha um conhecimento tão profundo de cada um dos jogadores que são, realmente, extraordinários”, revela Mariana Castro.

Com uma passagem de testemunho já prevista no seio da equipa técnica, a treinadora recorda que Ricardo Lemos “ainda teve tempo para fazer o estudo intensivo do adversário” e preparar os treinos, o que “facilitou imenso” a tarefa. “Todos sabíamos aquilo que teríamos de fazer nestes dois jogos”, revela Mariana Castro.

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