A Gráfica de Espinho, com sede na Rua 8, foi desmantelada na passada quinta-feira [21 de julho], ao fim de 64 anos. Um momento vivido, particularmente, pelo seu proprietário, Agostinho Martins, aos 94 anos de idade, e pelos antigos funcionários, que viram, deste modo, desaparecer uma das mais emblemáticas empresas do sector no concelho de Espinho.
O momento foi emocionante, com algumas lágrimas à mistura, mas foi, sobretudo, aproveitado para se recordarem alguns dos episódios da história da empresa, que nasceu pelas mãos de Agostinho Martins e de António Vieira de Sá, há mais de seis décadas. As máquinas (pesadas) foram retiradas com a ajuda de um guincho e foram transportadas por uma carrinha de transporte para um local próximo da estação da Linha do Vouga, onde se encontrava um camião, para recolher todo aquele material que fez parte daquela empresa, levando-o para uma sucata.
Filho do ferroviário Bernardino Martins, que trabalhava na Linha do Vale do Vouga, Agostinho Martins (um dos fundadores da gráfica), com 94 anos, nasceu em Espinho, na casa onde atualmente está o Restaurante Papagaio e que “já foi um armazém de sal”, próximo do Largo da Capela de S. Pedro.
A vida deu muitas voltas, mas a vida de Agostinho acabou por estar sempre ligada às artes gráficas.
“Fiquei desempregado e fui trabalhar para o Porto. Como gosto muito desta minha terra, resolvi criar esta empresa da área onde sempre trabalhei. Fundei-a com o meu cunhado, António Vieira de Sá”, conta Agostinho Martins visivelmente emocionado por ver todas as máquinas a serem retiradas.
Reportagem completa na edição de 28 de julho de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.