Fotografia: Francisco Azevedo/DE

Mário Rodrigues, nascido a 8 de abril de 1962, em Silvalde, está focado no artesanato de cortiça, depois de ter experimentado os seus dotes artísticos noutros materiais. “O meu próximo projeto será fazer um barco em cortiça de cada região da costa litoral do país”, revela no atelier caseiro.

De onde vem esta ligação ao artesanato, em geral, e à cortiça, em particular?

Antes de trabalhar na cortiça, estive na construção civil. A minha primeira ligação ao artesanato vem daí, porque esculpia em blocos da construção civil de uma fábrica que havia no Seixal. Trata-se de um material do género de pedra-pomes. Fazia barcos dos séculos XVIII e XIX e esculturas em relevo. As peças escultóricas eram revestidas com camadas de verniz para conferir um tom cintilante e terem maior durabilidade. São peças de museu. Tenho peças feitas por mim em 2001. Outras muito antes, com 40 anos, e outras pouco depois. Tenho embarcações da arte xávega, barcos rabelos e os moliceiros.

Mas hoje já não trabalha nesse material. Optou pela cortiça…

Sim, eu trabalhei durante 40 anos no sector corticeiro. Comecei por ser servente e acabei por ser técnico de laboratório. Hoje estou em casa e, como tenho mais tempo, procuro pelo menos ganhar alguma coisa para suportar os custos deste trabalho, pois os materiais não são de borla.

Já tem uma vida ligada a atividade.
Sim, comecei a dedicar-me a isto há 45 anos. Tudo isto começou com as greves na construção civil e necessidade de ter uma ocupação. Uns começaram a fazer barquinhos, outros optaram por aviõezinhos. Teria uns 17 ou 18 anos, na altura. Hoje já conto 60. A cortiça surgiu em 1981.

Já expôs por duas vezes na galeria da Junta de Freguesia de Espinho e noutra ocasião no FACE – Fórum de Arte e Cultura de Espinho. Ainda não expôs em Silvalde…

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 15 de setembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.