Assembleia Municipal: Manuel Dias exaltou-se com acusação da CDU

Foto: Sara Ferreira

O verniz estalou na Assembleia Municipal (AM) de ontem [18 de janeiro] quando veio à baila uma questão trazida pela vogal da CDU, Ana Rezende, sobre a aprovação do interesse estratégico de um empreendimento a sul, pela AM em anterior mandato. A vogal comunista acabou por falar numa reunião, em “comes e bebes” num hotel, pouco tempo antes da assembleia que aprovou o interesse estratégico do empreendimento em questão, e apontou o nome de Manuel Dias, presidente da Junta de Freguesia de Paramos. “É mentira”, afirmou, em tom exaltado, o autarca paramense.

“Ouve-se falar dos empreendimentos imobiliários que a CDU sempre contestou. Das operações imobiliárias, uma até veio a esta Assembleia Municipal e foi votada a isenção de taxas a um grupo”, disse a vogal comunista que mereceu uma reação do PSD e do vereador social-democrata, João Passos. “Não se votou uma isenção de taxas, mas sim o interesse estratégico do projeto”, salientou, de imediato, o líder da bancada social-democrata, Paulo Leite.

O vereador do PSD, João Passos começou por lembrar que foi referido que tinha existido uma reunião num hotel, “onde haviam sido convidados alguns vogais desta assembleia à época”. “Já nessa altura deixámos bem claro que os vogais do PSD não receberam qualquer convite nem conheciam a existência dessa reunião. Como se isto não bastasse, vem a senhora vogal [Ana Rezende] dizer que a AM aprovou uma isenção de taxas, o que é falso. As implicações de uma declaração de interesse estratégico de um projeto nada têm a ver com taxas e, apenas, com questões de licenciamento para uso de solo. A isenção de taxas está devidamente regulamentada pelo Município”, explicou o vereador que, na altura, era vogal da AM eleito pelo PSD.

Ana Rezende, na resposta, afirmou que no hotel em questão estiveram “vogais do PS, do Bloco de Esquerda e o presidente da Junta de Paramos, Manuel Dias”. Uma declaração que acabou por desencadear a polémica e a reação, imediata, do autarca de Paramos.

“É pura mentira! Se quiser provar traga-me quem me viu lá”, disse, em tom de grande irritação, Manuel Dias, acrescentando que aquilo que afirmara foi que recebeu, na sua junta de freguesia, o Grupo Fortera e que tinha pena que aquele investimento não fosse em Paramos. “Não pactuo com mentiras. Recebi os responsáveis do Grupo Fortera na Junta de Freguesia de Paramos, de uma forma institucional”, salientou Manuel Dias classificando aquilo que a vogal levara à AM como uma “informação maldosa”, exigindo que as suas declarações e aquilo que havia sido referido ficasse em ata.

Logo de seguida, os presidentes das juntas presentes na AM, Nuno Almeida (Anta e Guetim) e Vasco Alves Ribeiro (Espinho), fizeram uma declaração garantindo que, também eles não estiveram na referida reunião.