(Fotografia: Sara Ferreira)

Depois de aplicadas as medidas de coação aos cinco arguidos da operação Vórtex, novas revelações da investigação colocam ex-presidentes da Câmara de Espinho debaixo de fogo sobre suspeitas de beneficiar licenciamentos urbanísticos em troca de dinheiro. Pinto Moreira já veio desmentir.

O caso, desvendado na semana passada, provocou um autêntico furacão em Espinho. Miguel Reis, na época presidente da Câmara Municipal, tinha sido detido por suspeitas de corrupção, no âmbito da investigação da Polícia Judiciária (PJ), tal como o empresário Francisco Pessegueiro. Na operação Vórtex acabaram ainda detidas mais três pessoas, também implicadas no processo. Os dois primeiros ficaram em prisão preventiva enquanto os outros acabaram por ser libertados mediante aplicação de medidas de coação.  Apesar do autarca ter renunciado ao mandato, a notícia caiu que nem uma bomba, mas parece ter sido levantada apenas uma ponta do véu e volta a cair um manto de suspeição sobre Pinto Moreira.

Dos projetos imobiliários em investigação, envolvendo alegados interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, sabe-se agora, segundo informações veiculadas na comunicação social, que o prédio ‘19 The Avenue Suites’, construído na rua 19, e um empreendimento na rua 32, podem estar no centro da operação Vórtex.

Segundo o Jornal de Notícias (JN), Miguel Reis terá recebido um envelope com dinheiro num café da cidade, em maio de 2022, durante um encontro com Francisco Pessegueiro. O objetivo seria desbloquear o embargo da obra, algo que o Ministério Público acredita ter sido decisivo para a construção avançar, apesar de terem sido reportadas queixas por parte de alguns moradores pelo facto da obra não respeitar, alegadamente, o Plano Diretor Municipal, nomeadamente no tamanho das varandas traseiras, visivelmente mais salientes do que as dos prédios vizinhos.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 19 de janeiro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€